Distrito Federal

Reforma agrária já

Na avaliação de deputados distritais, objetivo da CPI do MST é criminalizar movimentos sociais

Em curso na Câmara, Comissão é compreendida como uma ação da extrema direita para bloquear agendas do Governo Federal

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Parlamentares comentam sobre investigação contra MST na Câmara Federal - Foto: Carlos Gandra/CLDF

Instalada no dia 17 de abril na Câmara dos Deputados a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é controlada por parlamentares abertamente contrários aos movimentos sociais e a reforma agrária. A CPI tem sido palco de propagação de fake news contra o MST e gerado repercussão nos demais parlamentos brasileiros, como na Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde os deputados progressistas buscam incluir no debate a importância do movimento.

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No sábado (27) durante as comemorações do aniversário de 20 anos do assentamento Oziel Alves, que é o maior do DF, alguns dos parlamentares que apoiam a reforma agrária estiveram presentes e comentaram sobre os rumos da Comissão Parlamentar que tramita na Câmara federal.

Para Gabriel Magno (PT) a CPI faz parte de uma ação voltada a criminalização do MST como tática da extrema direita no Congresso para tentar bloquear a agenda o governo Lula. “Nós vamos precisar combater, vamos precisar reforçar e a CPI vai mostrar que o MST é o maior produtor de orgânicos do Brasil que é o movimento social legítimo muito importante na defesa da democracia, dos direitos e enfim” destacou Magno, acrescentando que “a disputa vai ter que ser feita também na rua com muita mobilização”.

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O deputado Chico Vigilante (PT) acredita que é momento de mostrar a importância do MST e da agricultura familiar para que o governo Lula possa dar continuidade ao processo de reforma agraria. “Eles estão fazendo tudo isso no sentido de atrasar o avanço da reforma agrária no Brasil. É esse o objetivo dos latifundiários e seus apoiadores propondo essa CPI, que também é uma tentativa da criminalização dos movimentos sociais no Brasil e a gente não pode aceitar isso”, analisou.

Já Max Maciel (PSOL) destacou a importância do debate da luta pela terra no Distrito Federal lembrando os processos de grilagem, especulação imobiliária e a falta de cuidados com a preservação e com os trabalhadores rurais. “O MST tem esse trabalho fundamental de fazer esse debate girar, de fazer os assentamentos e acampamentos existirem como luta da reforma agrária pra que a gente bote alimento na mesa, são produtores que produzem diariamente alimentos que chegam a nossa casa” destacou o deputado.

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CPI do MST

Dos 27 membros titulares da comissão apenas sete são progressistas e apoiam abertamente a reforma agrária: Daiana Santos (PcdoB-RS), Max Lemos (PDT-RJ), Nilto Tatto (PT-SP), Padre João (PT-MG), Paulão (PT-AL), Valmir Assunção (PT-BA) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Por outro lado, os principais cargos foram ocupados por deputados da extrema direita, próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o presidente da Comissão que é o Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e o relator Ricardo Salles (PL-SP).

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Edição: Flávia Quirino