O Espaço Semente, ao lado da rodoviária do Gama (DF), será palco de uma ousada releitura de um dos grandes clássicos da literatura brasileira:  “Grande Sertão Veredas - Uma Kizomba Periférica”. As apresentações acontecem todas as sextas, sábados e domingos, às 20h, com entrada gratuita, até o dia 24 de junho. 

Dirigido por Valdeci Moreira e Ricardo César, o espetáculo tem o sertão como terreiro e as personagens marginais do romance adquirem protagonismo inédito. 

Segundo a Companhia de Teatro Periférico Semente, a releitura tem “uma proposta escancaradamente macumbística que incorpora elementos da estética diaspórica africana, como a música e a religião. Kizomba é um termo que, em banto, significa festejo. É nesse clima de festa de terreiro que os intérpretes/médium deixam chegar em seus corpos esses personagens/entidades para narrar passagens da vida de Riobaldo”. 

A pré-estreia do espetáculo aconteceu no dia 1º de junho com a presença de diversas lideranças de terreiros, professores da UnB e da Secretaria de Educação do DF, o deputado distrital Max Maciel (PSOL), o gerente de cultura do Gama Osmar Dias e alguns convidados da comunidade.

“Eu defendo o meu trabalho como teatro de terreiro. O que nós fazemos é incorporar alguns elementos das casas de santo, dos terreiros, dentro do espetáculo teatral. Nessa adaptação de Guimarães Rosa temos Ogãs tocando ao vivo, muitos adereços no palco típicos das casas de santo, nós tocamos pontos de macumba. Então, estamos incorporando uma estética afrocentrada”, explica o diretor Valdeci Moreira. 

Passeio - Dia Mundial da Bicicleta 

Neste domingo (4), em comemoração ao Dia Mundial da Bicicleta (3), acontece um passeio ciclístico partindo do primeiro viaduto do Eixão Norte, organizado pela Embaixada da Polônia e Embaixada da Suécia, com o apoio da ONG Rodas da Paz. Haverá coletes reflexivos de brinde aos participantes. 

“A data entrou para o calendário em 2018, com a aprovação de 193 países membros da ONU. É o dia de lembrar a importância da bicicleta na economia de um país,  na saúde da população e no bem estar”, explica a Rodas da Paz.

Sarau Carolina Maria de Jesus

O Sarau Carolina Maria de Jesus celebra, neste sábado (3), a reinauguração da Biblioteca Carolina Maria de Jesus, no Ponto de Cultura Comuna Panteras Negras, localizado no assentamento Pequeno William, na Zona Rural de Planaltina (DF). O evento gratuito acontece das 8h30 às 22h, com programação para todas as pessoas.

Sarau reinaugura Biblioteca Carolina Maria de Jesus, no assentamento Pequeno William, na Zona Rural de Planaltina (DF) / Audálio Dantas

Dentre as oficinas que serão ministradas no Sarau, Geysy Kellen e Rebeca Torquato estarão guiando a Oficina de Produção Literária para os amantes da literatura que desejam aprimorar suas habilidades de escrita e dar asas à criatividade. A Oficina de Jogos e Brincadeiras Populares, ministrada por Lu Leoa, promete encantar a criançada. 

Além disso, haverá ainda feira de artesanato, doação de livros, espetáculos teatrais, shows e praça de alimentação. A atriz Ana Luiza Bellacosta apresenta a “Madame Frôda em: Música clássica”, já Déborah Paiva encantará os presentes com uma viagem em “Entre livros e histórias: a palhaça e a contadora encantando mundos”. 

Bloco As Leis de Gaga abre o mês do Orgulho LGBTQIA+ no DF

No sábado (3), o bloco As Leis de Gaga abre o mês do Orgulho LGBTQIA+ no DF com uma festa, a partir de 12h, na arena da Casa de Cultura do Guará. O evento é gratuito, com retirada de ingressos aqui.

Para celebrar a comunidade LGBTQIA+ e a cultura pop, a programação contemplará a diversidade com sete drag queens, em performances de sucessos da diva pop Lady Gaga, além de sete DJs locais.

“Ela [Lady Gaga] é um ícone da exaltação da causa LGBTQIAP+. Então juntamos o legado artístico dela como uma ferramenta para exaltar as pessoas que representam cada letra da sigla”, explica o idealizador e organizador do bloco, Caco Lelis.

Bloco As Leis de Gaga abre o mês do Orgulho LGBTQIA+ no DF na Casa de Cultura do Guará / Bruna Araújo

No elenco de atrações estão as drag queens Elloa Negrinny, Nágila Goldstar, Melina Impéria, Naomi Leakes, K-Halla, Dita Maldita, além da drag mais votada na festa Esquenta As Leis de Gaga. A música ficará por conta do time de DJs Rafaello, Carol Stérica, Ayobambi, Kalectra, Nana Antun, Carrie Myers e Caco.

Com o projeto Ocupa, o bloco assume a missão de descentralizar as atrações culturais da cidade, que geralmente estão concentradas no Plano Piloto. O Guará foi o primeiro destino escolhido. “A ideia é levar a cultura LGBTQIA+ a mais lugares. Além disso, a Casa de Cultura do Guará tem fácil acesso para o público”, afirma Caco Lelis.

Pensado para ser um espaço acolhedor para pessoas LGBTQIAP+, “queremos que nosso público possa chegar e sair fantasiado em segurança. Nosso propósito é que cada pessoa possa viver sua liberdade ao ir para o bloco”, complementa o organizador.

Lia de Itamaracá recebe homenagem do Prêmio Profissionais da Música

Considerada a mais célebre cirandeira do Brasil, Lia de Itamaracá é a homenageada do Prêmio Profissionais da Música, que acontece em Brasília, de 1 a 4 de junho. No domingo (4), a cantora se apresentará no evento na Parada da Música.

Lia de Itamaracá, a mais célebre cirandeira do Brasil, é a homenageada do Prêmio Profissionais da Música em Brasília / Ytallo Barreto

Nascida Maria Madalena Correia do Nascimento, em 12 de janeiro de 1944, filha de uma empregada doméstica e de um agricultor, Lia conta que desde muito nova sabia que queria ser uma cantora. Hoje, com seu canto potente e inconfundível, entoa cirandas clássicas que embalam as danças brasileiras desde os anos 70, quando estreou profissionalmente no palco. Detentora do saber de um bem cultural, a ciranda, titulada Patrimônio Imaterial do Brasil, Lia sempre ousou ao quebrar as regras que comumente se aplicam aos chamados artistas da cultura popular.

Patrimônio Vivo de Pernambuco, Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco, a estrela, que negritou a história da cultura popular brasileira e será enredo no Carnaval 2024 da Império da Tijuca, no Rio de Janeiro, e da Nenê de Vila Matilde, em São Paulo, receberá a honraria das mãos da cantora e Diretora Presidente da União Brasileira de Compositores (UBC), Paula Lima.

Meu Primeiro Cinema 

Este é o último final de semana para participar do Meu Primeiro Cinema, a mostra de cinema do Cine Brasília pensada especialmente para as crianças. 

Com entrada franca, a mostra oferece programação para todas as idades, desde bebês de 0 a 5 anos até crianças de 11 anos. As sessões são separadas por faixa etária: às 9h30, crianças de 8 a 11 anos; às 14h30, crianças de 6 a 8 anos; e a Mostra Bebelume, para os bebês, sempre às 10h e às 15h.

A experiência começa já na área externa, onde o público será recepcionado por uma encenação teatral, que irá conduzi-lo ao interior do Cinema criando uma ponte entre os mundos cotidiano e o extraordinário da arte. 

As narrativas cinematográficas para a primeira infância, de 0 a 5 anos, apresentadas no Foyer do Cine Brasília em parceria com o BebeLume, são inovadoras e fogem dos padrões. “Buscamos, através de uma poesia visual, nutrir a inteligência emotiva, corporal e semântica das e dos bebês de maneira a colaborar com o desenvolvimento cognitivo de suas sensibilidades e competências”, destaca Clarice Cardell, fundadora da La Casa Incierta

Enquanto na sala, projetados na grande tela do Cine e indicados para crianças de 8 a 11 anos de idade, serão exibidos filmes em animação 2D e 3D, stop motion, documentário e live action, com sessões às 9h30 e às 14h30.

Entre os destaques do Meu Primeiro Cinema está "Kwat e Jaí: os heróis bebês do Xingu". Rodado no Parque Indígena do Xingu, o filme tem como trilha sonora canções de ninar indígenas / Divulgação

No Meu Primeiro Cinema serão exibidos 23 filmes, dos quais sete vêm dos países vizinhos Colômbia, Chile, Uruguai, República Dominicana e Argentina. A ideia em trazer produções latino-americanas, “é a de oferecer o reconhecimento de estéticas do nosso continente e uma abertura de repertório das crianças”, aposta Léo Hernandes, idealizador e coordenador geral do evento.

Entre os destaques está a estreia de Kwat e Jaí: os heróis bebês do Xingu. Rodado no Parque Indígena do Xingu, o filme tem como trilha sonora canções de ninar indígenas, entoadas pela única Pajé mulher, Mapulu Kamayurá, e apresenta sua filha como protagonista e elenco de indígenas. No roteiro, as aventuras de dois gêmeos mitológicos - Kwat e Jaí - filhos do Sol e da Lua. 

Confira a programação completa aqui. 

Cine Brasília

O final de semana no Cine Brasília conta ainda com a estreia de Uýra – A Retomada da Floresta”.

O filme narra a história de uma artista trans indígena que viaja pela Amazônia em uma jornada de autodescoberta, usando a arte performática para ensinar aos jovens indígenas que eles são os guardiões das mensagens ancestrais da floresta amazônica. Mas o fundamento do filme está ancorado na percepção de que vivemos em um país que mata o maior número de jovens trans, indígenas e ambientalistas em todo o mundo. Uýra então lidera um movimento crescente por meio da arte e da educação, ao mesmo tempo em que promove a união através da junção de movimentos LGBTQIA+ e de ambientalistas no coração da Floresta Amazônica. O filme rompe as fronteiras entre o documentário e a ficção e também entre os chamados filmes de arte e social.

O curta-metragem “Mergulho”, uma produção do Rio de Janeiro, de Marton Olympio e Anderson Jesus, será exibido antes das sessões de “Uýra – A retomada da floresta”, seguindo com o compromisso de semanalmente exibir um filme da Seleção de Curta-metragem da Chamada Pública do Cine Brasília acompanhando um longa programado.

Saiba mais aqui. 

Sombra Expandida - 15 anos de teatro de sombras 

Já imaginou uma mostra só de teatro de sombras com diferentes linguagens como teatro, audiovisual, artes plásticas, instalação interativa e oficina?

Esse é o projeto Sombra Expandida realizado pela Cia Lumiato teatro de formas animadas de Brasília que começou nesta sexta-feira (02) e segue em cartaz até dia 18 de junho, aos sábados e domingos para público em geral e três apresentações para alunos de escolas públicas. A programação é gratuita e acontece no Espaço Cultural Renato Russo.

Projeto Sombra Expandida, realizado pela Cia Lumiato teatro de formas animadas de Brasília, começa nesta sexta-feira (2) e segue em cartaz até dia 18 de junho / Diego Bresani

Para o co-fundador da Cia Lumiato, Thiago Bresani, a ocupação irá ampliar a difusão do gênero do Teatro de Sombras contemporâneo no Distrito Federal. “Mostrar ao público brasiliense toda a produção com a linguagem do teatro de sombras contemporâneo que a Cia Lumiato vem produzindo e pesquisando. São 15 anos desde que a companhia foi fundada em Buenos Aires - Argentina, desde então seguimos trazendo temas atuais de maneira poética e aprofundando nas diferentes maneiras de trabalhar com o teatro de sombras moderno.

Nos três finais de semana o público poderá conhecer mais sobre esta linguagem pouco desenvolvida no Brasil, o teatro de sombras contemporâneo, com espetáculos, exposição interativa, oficina e projeções de curtas-metragens. A programação é gratuita e aberta ao público e contará com intérprete de libras. Os ingressos poderão ser retirados aqui e também 1h antes no local.

CCBB apresenta Retrospectiva Geraldo Sarno

Neste fim de semana, a mostra Retrospectiva Geraldo Sarno, em cartaz no cinema do Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília, apresenta mais uma farta programação de filmes de um dos mais importantes realizadores do cinema brasileiro moderno. Os ingressos custam R$ 5 e R$ 10. 

Na sexta (2), tem Brasil Verdade, compilação de quatro documentários, realizados em 1964, que hoje é considerado um clássico do gênero, com destaque para a trilha de Gilberto Gil.

No sábado (3), haverá um debate, às 16h, sobre os métodos de trabalho do diretor com Rayssa Coelho (pesquisadora e produtora) e Dácia Ibiapina (cineasta) sob a mediação de Ewerton Belico (curador).  Às 19h, é a vez de Coronel Delmiro Gouveia, épico em cores, realizado em 1978 (uma das poucas ficções dirigidas por Geraldo Sarno) sobre um político que tentou montar uma indústria bem no meio do sertão no século 19.

CCBB apresenta Retrospectiva Geraldo Sarno / Divulgação

A programação da mostra prossegue no domingo (4) com uma série de documentários em curta-metragem. E, finalmente, às 19h, dois documentários sobre religiosidade afro-brasileira: Espaço Sagrado (1976), sobre o culto dos orixás na cidade de Cachoeira, Recôncavo Baiano, e Iaô, sobre descendentes de africanos iorubás, que conservam suas tradições, sobrevivendo às ofensivas da cultura dos brancos.

De impressionante consistência temática e notório engajamento político, a obra de Geraldo Sarno (1938-2022) está há tempos longe dos olhos do grande público, o que torna a mostra mais necessária. A ideia é estabelecer novos diálogos e novas análises sobre a obra do diretor e sobre o cinema brasileiro.

Confira a programação completa aqui.  

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Edição: Flávia Quirino