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Pressão social

Trabalhadores do DF protestam contra política de juros de Campos Neto

Ato foi realizado em frente a sede do Banco Central em Brasília, antes da reunião que define taxa Selic

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Centrais sindicais promovem atos contra juros altos em Brasília e outras capitais brasileiras - CUT

Os trabalhadores do Distrito Federal realizaram na manhã desta terça-feira (20) um ato em frente a sede do Banco Central (BC) contra a alta taxa de juros praticada pelo órgão. Mobilização realizada em Brasília foi a primeira de uma série de atos que ocorrerão pelo Brasil para pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC pela reduzir a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75%.

A reunião do Copom acontece nos dias 20 e 21 junho para discutir os rumos da taxa Selic, mas o presidente do BC, Campos Neto, vem resistindo a baixar os juros. Ele foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, e foi alvo das críticas no ato em Brasília, sendo acusado de tentar boicotar o governo do presidente Lula.

"Campos Neto foi indicado por Bolsonaro e mantém essa taxa de juros apesar da realidade da política econômica que o Brasil vive, com queda na inflação, graças ao projeto vitorioso das urnas que foi o do presidente Lula", afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Rodrigo Rodrigues, durante o ato. Para ele, a manutenção da Selic em 13,75 "é claramente um boicote ao governo a política econômica do Lula".

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O presidente da CUT-DF chamou atenção para o fato da alta taxa de juros desestimular os investimentos e favorecer a especulação financeira no Brasil. "Essa taxa impede o crescimento do Brasil, impede o desenvolvimento do país, porque os juros são tão elevados que apenas servem a especulação financeira e não ao setor produção que é quem gera empregos", acrescentou Rodrigues.

A mobilização contou com a participação de diversos trabalhadores e integrantes de outros movimentos sociais, como Rud Rafael, coordenador no DF do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). "Essa taxa não é viável para a grande massa de trabalhadores com dificuldade de pagar as contas no final do mês, que gastar parte do seu salário para pagar juros e mais juros", explicou.

O coordenador do MTST lembrou da fala da empresária Luiza Trajano, que cobrou Campos Neto em uma reunião pela queda da Selic. "Ela [Luiza] constrangeu publicamente o presidente do Banco Central dizendo que o setor produtivo brasileiro também está travado por causa dessa taxa de juros que está sendo praticada no Brasil", lembrou Rud Rafael, durante o ato em frente ao BC.

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Frente Parlamentar

Também presente no ato em Brasília, o deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ) falou sobre o lançamento da Frente Parlamentar Contra Juros Abusivos, que acontecerá nesta quarta-feira (21), no Salão Verde do Congresso Nacional e contará com participação de deputados de diversos partidos, como PT, PDT e PSOL. "Estamos montando uma coordenação para fazer uma campanha, porque é taxa Selic, mas também é cartão de crédito, com 400%, que é um assalto", afirmou o deputado.

Lindbergh explicou que o trabalho dessa Frente será importante para pressionar o presidente do Banco Central e pediu apoio dos trabalhadores. "Esse Campo Neto foi indicado por Bolsonaro e isso parece uma sabotagem do governo do presidente Lula, porque a inflação despencou e o argumento que eles usavam era uma inflação de 10% que havia no governo Bolsonaro", disse Lindbergh Farias.

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Edição: Flávia Quirino