O Teatro dos Bancários recebe, neste sábado (8) e domingo (9), o Divino Festival, cuja programação traz a música e a economia criativa afro periférica do Distrito Federal como caminhos para a exaltação da cultura e dos saberes afro-brasileiros.
2Além de shows, o evento conta com aula aberta, roda de conversa e feira de empreendedorismo afro.
“Ao meu ver, a afro-brasilidade e a música não existem separadas. Não existe cultura preta sem música e não existe cultura brasileira sem música preta. Fazendo música preta nós reforçamos o que é de mais sagrado através do corpo. Cantamos nossas dores, honramos nossos ancestrais e celebramos nossas alegrias”, afirma Maíra Freitas, que se apresenta no festival no domingo (9), às 19h, acompanhada do jazz das Minas.
No sábado (8), o Divino Festival começa às 14h com um rito de celebração e lavagem, com ervas e água de cheiro. Em seguida, às 16h, o festival recebe João Jorge, mestre em Direito pela UnB, escritor, ex-diretor e um dos fundadores do Bloco Afro Olodum e atual presidente da Fundação Palmares, para um bate-papo aberto sobre música e ancestralidade.
Às 17h, o Coletivo Yás do DF e Entorno, formado por Mães de Santo do Candomblé e da Umbanda, conduz uma roda de conversa sobre a força dos saberes tradicionais no combate ao racismo.
No primeiro dia do festival, a abertura musical fica por conta da banda revelação brasiliense Saci Wèré, a partir das 19h. Em seguida, o palco é de Mateus Aleluia, mestre da música afro-brasileira, com mais de 60 anos de trajetória e de contribuição para a cultura.
Já a noite musical de domingo (9) será comandada, a partir das 19h, por Maíra Freitas e Jazz das Minas, com o show Ayé Òrun, uma celebração à música autoral feminina e negra.
“Em Yoruba, Ayé é onde nós humanos moramos (terra) e Òrun (céu) onde moram os Orixás. Estar entre o Aye e o Orun é um estado de plenitude, transcendência e transformação única que podemos experimentar de algumas formas. É renascer, parir, meditar sobre a vida. O álbum é um convite pra entrar na onda da música e refletir dançando e cantando”, explica Maíra Freitas sobre o álbum, que foi inteiramente feito por mulheres, da composição à finalização.
Na abertura, quem se apresenta é Alberto Salgado, cantor, músico e compositor ganhador do 28° Prêmio da Música Brasileira de 2017.
Nos dois dias do Divino Festival, a programação conta, ainda, a “Feira Coisa de Preto” e com aulas abertas de atabaque.
Confira a programação completa:
Sábado, 8 de julho
14h às 22h: Feira Coisa de Preto
15h: Celebração e Ritual de Lavagem, com o Coletivo das Yás do DF e Entorno
16h: Aula Aberta Os Atabaques não se Calam
17h: Roda de Conversa - Saberes Tradicionais Combatendo o Racismo, com o
Coletivo das Yás do DF e Entorno
19h: Shows de Saci Wèré e Mateus Aleluia
Domingo, 9 de julho
14h às 22h: Feira Coisa de Preto
17h: Aula Aberta Os Atabaques não se Calam
19h: Shows de Alberto Salgado; e Maíra Freitas e Jazz das Minas
Edição: Flávia Quirino