Os deputados distritais que integram a CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) querem um aprofundamento das investigações envolvendo as responsabilidades da cúpula da Polícia Militar do DF que foi alvo da Operação Incúria da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 18.
Na ocasião foram presos o coronel Klepter Rosa Gonçalves (atual comandante-geral da PM do DF), coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues e coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra.
:: PF faz operação para prender cúpula da PM do DF por suspeita de omissão em 8 de janeiro ::
O presidente da Comissão, Chico Vigilante (PT), que já pediu a prorrogação da CPI que acabaria em setembro, disse que as informações reveladas na operação precisam ser confrontadas com as declarações da cúpula da PMDF na CPI. “As prisões efetuadas reforçam que a alta cúpula da PMDF estava realmente empenhada em garantir que o Capitão Capiroto continuasse reinando. Mais uma evidência da tentativa de golpe de estado que enfrentamos”, disse.
O coronel Klepter Rosa Gonçalves em depoimento na CPI tentou se eximir das responsabilidades e destacou falhas do Departamento de Operações (DOP). No entanto, as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) revelaram uma série de declarações golpistas do coronel Klepter que foi preso como suspeito de omissão em 8 de janeiro.
Membro titular da CPI, o deputado Fábio Félix (PSOL) classificou as provas colhidas pelo PGR que motivaram as prisões como “escandalosas”, por apontarem possível omissão dolosa que permitiu a tentativa de Golpe de Estado. “Os fatos trazidos geram a urgência de nós, no âmbito da CPI dos atos golpistas, confrontarmos as provas com os depoimentos dos comandantes da segurança no dia 8 de janeiro”, afirmou.
Para Gabriel Magno (PT) é fundamental que a CPI continue a investigação para saber "o que de fato aconteceu e chegue em todos os responsáveis”, afirmou.
Já Max Maciel (PSOL) destacou que o efeito da prisão dos membros da cúpula da PMDF. “São graves as denúncias de omissão no dia 8 de Janeiro. Uma sequência de ausências de ação e comando, mesmo com informações de risco do ato golpista".
Governo
Em nota, o governo do Distrito Federal afirmou que “acata e respeita” a decisão do Supremo Tribunal Federal e aguarda o desfecho do inquérito. “Como ocorreu desde o primeiro momento, o GDF participa com informações e diligências para que o processo em curso ocorra da forma mais justa e célere possível”, acrescentou a nota.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que o coronel Adão Macedo vai assumir o comando da Polícia Militar do DF. O Brasil de Fato DF solicitou a posição da PMDF e da Secretária de Segurança Pública sobre a Operação Incúria, mas as pastas não responderam a solicitação.
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Edição: Flávia Quirino