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Hip-Hop: 50 anos do movimento que despertou a minha militância

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"São cinquenta anos de uma cultura que faz com que as juventudes se sintam pertencentes aos seus territórios e se orgulhem das suas identidades pela arte, dança, música e poesia." - Bianca Feifel
Quem é da quebrada sabe da importância do rap e da cultura Hip-Hop para a formação dos nossos jovens

Foi no Hip-Hop que comecei a minha militância, foi nas letras de X Câmbio Negro, GOG e Japão Viela 17 que expandi a minha consciência, e passei a entender a realidade em que eu vivia e a compreender a origem de Ceilândia, cidade fruto de uma erradicação de invasões, na qual eu nasci, me criei e constituí minha família.

A cultura Hip-Hop foi fundamental para a minha formação e para milhares de outros jovens espalhados pelas periferias brasileiras.

Esse movimento importantíssimo completou cinquenta anos em agosto. Foi no dia 11 de agosto de 1973 que uma festa no Bronx, em Nova Iorque (EUA), marcou o nascimento da cultura Hip-Hop.

Foram pelas mãos de jovens negros e periféricos que o movimento ganhou forma, cresceu e se espalhou pelo mundo. São cinquenta anos de uma cultura que faz com que as juventudes se sintam pertencentes aos seus territórios e se orgulhem das suas identidades pela arte, dança, música e poesia.

No Brasil, a Construção Nacional da Cultura Hip-Hop tem se dedicado para que a cultura ganhe cada vez mais espaço nos parlamentos, para que o Poder Público reconheça a importância desse movimento, crie mecanismos para a sua valorização e meios para que os artistas do Hip-Hop expressem a sua arte.

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Foi graças à atuação da Construção e de parlamentares que reconhecem a importância dessa manifestação cultural, que o Hip-Hop se tornou patrimônio cultural imaterial nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

A Construção Nacional da Cultura Hip-Hop também realizou uma grande marcha em Brasília no mês de julho, reunindo representantes do Hip-Hop de vários estados do Brasil, para entregar um dossiê nacional ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e dar início ao processo para declarar o movimento patrimônio imaterial do país.

Aqui no DF, a lei, de minha autoria, que reconhece o Hip-Hop como patrimônio cultural imaterial, também estabelece a criação da Semana Distrital do Hip-Hop, preferencialmente na segunda semana do mês de novembro, em convergência com o Dia Mundial do Hip Hop, celebrado no dia 12 de novembro. A medida também prevê que as escolas da rede pública de ensino e as unidades de internação de menores infratores realizem atividades sobre a cultura hip hop, tal como oficinas, debates e aulas temáticas.

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Quem é da quebrada sabe da importância do rap e da cultura Hip-Hop para a formação dos nossos jovens, para o resgate das suas identidades e para despertar o sentimento de pertencimento com os seus territórios.

Como cantou Criolo: “Porque a arte liberta”. E vai ser pelas mãos de quem faz a cultura Hip-Hop acontecer nas periferias brasileiras que vamos conquistar a transformação das nossas cidades, dos nossos corpos e das nossas vidas.

* Max Maciel é pedagogo e deputado distrital.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha do editorial  do jornal Brasil de Fato - DF.

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Edição: Flávia Quirino