Distrito Federal

Locomoção

Audiência discute soluções para problemas do tráfego de pedestre e ciclistas no DF

A mobilidade ativa como forma de melhorar a mobilidade urbana foi tema do evento na CLDF

Brasil de Fato | Brasília (DF)  |
Audiência que discutiu sobre mobilidade ativa foi proposta e presidida por Max Maciel - Eurico Eduardo/ Agência CLDF

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou uma audiência pública nesta terça-feira (12) para debater soluções para problemas que inviabilizam o tráfego seguro dos pedestres na capital. O tema do evento foi: A mobilidade ativa como forma de melhorar a mobilidade urbana. 

A audiência foi proposta e presidida pelo deputado Max Maciel (PSOL), que é autor do projeto de lei nº 281/2023, que trata exclusivamente da mobilidade a pé. Na ocasião, o deputado criticou as soluções aos problemas viários com enfoque nos veículos propostos pelo governo do DF.

“Estamos visitando todas as obras no DF. Infelizmente, são obras que ainda têm uma visão ‘rodoviarista’, que privilegiam o carro. Essas obras não pensam na pessoa, no caminhar dos cidadãos, no acesso das pessoas à cidade”,ponderou Maciel, que presidente a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana.

O ativista da pessoa com deficiência, Perseu Reis de Oliveira Rufino, mencionou as dificuldades enfrentadas por pessoas com mobilidade reduzida no DF. “A longo prazo, esse tipo de reforço que os locais trazem podem gerar impactos psicossociais muito grave para as pessoas que necessitam realizar seu trajeto. Isso afeta, inclusive, a educação e a empregabilidade dessas pessoas”, concluiu Rufino, que é arquiteto e urbanista.

A pesquisadora e mestre em Ciência Política, Íris Pavan, trouxe dados sobre a mobilidade a pé em relação ao gênero, raça e classe social no DF. Segundo ela, a maior parte dos deslocamentos diários ainda é realizado a pé (39%) e pesquisas identificaram que as mulheres negras são as pessoas que mais caminham no DF.

“Em Brasília isso revela uma enorme desigualdade, porque as pessoas que mais caminham geralmente habitam as regiões com menos infraestrutura”, acrescentou ela.

Já Maria Lúcia Rego Veloso, que é cadeirante e atua na Rede Urbanidade, defendeu uma legislação que estimule os comerciantes, em especial da W3 Sul e Norte, a regularizar suas calçadas tornando-as acessíveis. “É muito importante que os comércios tenham acessibilidade na entrada das lojas. Muitas vezes eu sou atendida na calçada”, declarou ela. 

Também houve participação de grupos que lutam pelo direito dos ciclistas e criticaram a disposição da malha viária no DF. “Quantas tragédias serão necessárias para que haja a manutenção das ciclovias no plano piloto?”, desabafou Sheylla de Brito, ativista dos grupos Bike Anjo e Rodas da Paz.

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Edição: Márcia Silva