A Via Campesina, uma articulação internacional camponesa da qual faz parte o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), doou cinco toneladas de alimentos para 600 famílias do Sol Nascente – região administrativa do Distrito Federal que é considerada a maior favela do Brasil.
Com a participação de 200 jovens camponeses, a atividade faz parte da programação do Acampamento Nacional “Juventude em Luta por Terra e Soberania Popular” e foi realizada nesta segunda-feira, 16 de outubro, no Dia Mundial da Alimentação.
“Esta ação é exemplo e expressão da importância central dos povos do campo, das águas e das florestas como parte fundamental da solução do problema da fome no Brasil”, explica Camilo Augusto, militante do Coletivo de Juventude do MST que coordenou a atividade.
Para ele, a iniciativa possibilita a “construção de laços sólidos entre trabalhadores do campo e da cidade a partir da solidariedade”. E explica que não se trata de uma caridade, de “dar o que sobra”. “Trata-se de partilhar o que temos com quem precisa” e, dessa forma, mostrar que estes povos estão “produzindo alimentos para o povo e protegendo o meio ambiente”.
Moradores da Vila dos Carroceiros, do Córrego da Coruja e da Fazendinha, localizados no trecho 3 da comunidade Sol Nascente, receberam doações de cestas com arroz, farinha, verduras e legumes.
O caminhão com os alimentos chegou na comunidade por volta de 16h. Devido a problemas estruturais e as “más condições da estrada”, segundo explicou o morador do Sol Nascente Nilson Alexandre, a juventude precisou andar 2km até o ponto onde seria feita a ação.
Apesar da dificuldade, “foi uma ação linda”, descreveu Nilson, que é um dos coordenadores do Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Por Direitos (MTD), acrescentando que os moradores que receberam a doação – catadores de reciclagem, trabalhadoras domésticas, desempregados – estão em situação de vulnerabilidade social e alimentar e que “realmente” estavam precisando.
Susana Rodrigues da Silva, que também é moradora do Sol Nascente e militante do MTD, descreveu o encontro como “muito gratificante” e “enriquecedor”.
A iniciativa tem como pano de fundo o combate à fome e a necessidade de valorização da agricultura camponesa, como explicou a militante do MST Renata Menezes.
“São os camponeses quem podem garantir que tenhamos um país sem fome e sem miséria, por isso, são necessárias políticas públicas que valorizem e impulsionem a produção deste segmento”, concluiu.
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Edição: Flávia Quirino