A gente sabe que isso vai acontecer porque toda empresa prioriza o lucro!
Atualmente, a Rodoviária do Plano Piloto é um dos pouquíssimos prédios públicos que ainda está em uso e que o Governo do Distrito Federal é responsável pela administração. Mas se ela for privatizada vai ser mais uma despesa pública, dentre as várias que o GDF fez e faz todos os anos para encher o bolso dos grandes empresários do ramo imobiliário da cidade, enquanto sucateia e abandona prédios públicos.
Em 2023, o GDF empenhou cerca de R$ 107 milhões alugando imóveis privados para o funcionamento de unidades do governo, sem contar as despesas de água, luz, internet e manutenção básica. Já para a Rodoviária, o investimento público para melhorias e manutenção seria de cerca de R$ 33 milhões, mas até agora foram pagos apenas 16 milhões.
Aí fica o questionamento: como o GDF tem R$ 107 milhões para gastar com aluguel de prédios para funcionamento de órgãos públicos, mas não consegue investir 30% desse valor em um prédio público onde mais de 700 mil pessoas transitam todos os dias?
Com a privatização, a Tarifa de Acostagem (TAC) vai ser cobrada de cada empresa de transporte que usa a rodoviária sempre que um ônibus parar ali, seja por qualquer motivo. Nem o metrô vai escapar da cobrança. Os valores da taxa podem variar de R$ 2,70 a R$ 73,30.
Isso vai reduzir drasticamente a quantidade de ônibus, afetando todas as pessoas que passam por ali.
:: Artigo | A quem interessa a privatização da Rodoviária do Plano Piloto? ::
Como a gente sabe que isso vai acontecer? A gente sabe que isso vai acontecer porque toda empresa prioriza o lucro!
Se as empresas de ônibus que prestam o serviço no DF e Entorno tiverem que pagar uma tarifa a cada entrada e saída de ônibus da Rodoviária do Plano Piloto, é óbvio que elas vão diminuir a frequência dos ônibus, e além disso vão usar isso para justificar a necessidade de aumento da passagem.
Por isso, seguimos na luta contra a privatização da rodoviária!
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* Max Maciel é pedagogo e deputado distrital.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha do editorial do jornal Brasil de Fato - DF.
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Edição: Márcia Silva