Os candidatos aprovados no Concurso Público da Educação de 2022 aguardam que o governo do Distrito Federal (GDF) cumpra o acordo que por fim a greve dos professores de 2023 e nomeie o cadastro de reserva do edital. O GDF não garantiu as nomeações, mas deve discutir o assunto numa reunião com o Sindicato de Professores do Distrito Federal (Sinpro), que aguarda um cronograma com as nomeações.
A maioria dos aprovados no concurso estão trabalhando como temporários, como é o caso da professora Ana Cláudia, que atua na rede pública de ensino há cinco anos e também é diretora do Sinpro. “Todo mundo está muito ansioso, porque precisam fazer todo o processo [para professor temporário e já poderiam estar tranquilos com suas vagas e trabalhando para melhorar a educação do Distrito Federal”, destacou Ana Cláudia, apontando que os aprovados esperam ser convocados no início de 2024.
A professora ainda observa que os trabalhadores temporários da Educação, assim como em outras áreas, além de não terem estabilidade também recebem menos, pois não contam com alguns benefícios dos efetivos e a progressão de carreira. “É muito desestimulante para os professores e por isso muitos fizeram o concurso efetivo e passaram e alguns estão trabalhando como temporários em suas vagas que seriam para efetivo”, afirmou Ana Cláudia.
Na última semana de dezembro o GDF nomeou apenas 776 professores e 20 orientadores educacionais, que devem tomar posse no dia 23 de janeiro. “Esse número de convocados desrespeita um ponto que suspendeu a greve que era a convocação das vagas imediatas e do cadastro de reserva”, analisou a diretora do Sinpro, Márcia Gilda.
:: GDF descumpre acordo que pôs fim a greve dos professores e não vai nomear todos os aprovados ::
O cadastro de reserva deste concurso é de 2.870 aprovados, que seriam necessários para suprir parte do déficit de servidores efetivos nas escolas públicas do DF, que atualmente funcionam com muitos professores temporários que só são contratados para o início das aulas, comprometendo o planejamento .
“Um dos pontos que suspendeu a greve foi que os professores temporários possam participar da semana pedagogia e esperamos que isso seja cumprido”, defendeu Márcia Gilda.
O início das aulas em 2024 na rede pública será no dia 19 de fevereiro, mas a semana pedagógica acontece a partir do dia 7 de fevereiro. Com o déficit atual de professores efetivos a realização dessa importante etapa está comprometida.
Perspectiva para 2024
“A questão das nomeações é que a gente já apontava desde o ano passado que tínhamos um déficit muito grande, principalmente em áreas essencial e isso tem gerado um grande problema para o GDF”, destacou a deputada distrital Dayse Amarílio (PSB), que assim como outros deputados propôs emendas à Lei Orçamentária prevendo as nomeações, que foram vetadas pelo governador Ibaneis (MDB). Dayse, assim como outros deputados progressistas, defende que a Câmara Legislativa derrube os vetos do governador para garantir as nomeações de diversas áreas, dentre elas a Educação.
O Brasil de Fato DF entrou em contato com a Secretaria de Educação para comentar sobre o assunto, mas a Pasta não confirmou as nomeações do cadastro de reserva. A Pasta apenas ressaltou que foram convocados cerca de 800 profissionais e destacou o “banco de reserva” formado a partir do processo seletivo para contratação temporária, realizado no final de 2023.
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::
Edição: Flávia Quirino