Na quebrada nós vemos ausência de saneamento básico, de arborização e situação precária de moradia.
A ausência de arborização nos centros urbanos, alagamentos e o desmatamento são apenas algumas das faces do Racismo Ambiental
É muito legal caminhar no Plano Piloto, né? A região é arejada, cheia de árvores, né?
Mas e na quebrada? Na quebrada nós vemos ausência de saneamento básico, de arborização e situação precária de moradia. E isso tudo é chamado de Racismo ambiental!
O termo começou a ser mobilizado nos EUA, em 1980 com o ativista negros estadunidense Benjamin Franklin Chavis Jr, mas a problemática que ele denuncia faz parte da realidade de muitos países.
Racismo ambiental é algo que acontece no Brasil há muito tempo: você exclui as pessoas negras e indígenas de baixa renda e determinados grupos sociais, relegando a eles espaços sem saneamento, sem estudo técnico, sem segurança, o que nada mais é do que o processo de discriminação e marginalização que grupos étnicos historicamente explorados sofrem.
:: Cor da cidade, cor das pessoas: o racismo ambiental e as desigualdades urbanas ::
E qual é o resultado disso?
Deslizamentos, inundações, doenças, a ausência de arborização, a falta de saneamento básico, o lixo em excesso nas ruas e até mesmo o calor extremo, e há quem acredite que tudo isso acontece por acaso, mas pode ter certeza que não é.
Tudo isso demonstra com nitidez o impacto do racismo ambiental na vida da população negra e indígena de todo o nosso país, enquanto alguns têm direito a espaços arborizados e pensados, para os outros resta a falta de infraestrutura, espaços apertados e inseguros.
O Racismo Ambiental também denuncia que a distribuição dos impactos ambientais não acontece de maneira igualitária e atinge a população mais vulnerável.
De acordo com as pesquisas desenvolvidas na área, a parcela da população que mais sofre com os problemas ambientais, como por exemplo, rompimento de barragens, contaminação da água e do solo, desmatamento, grilagem e calor excessivo e falta de água são as pessoas negras e indígenas, e são essas pessoas que tem que suportar todos os efeitos dessas ações criminosas ambientais.
E aí tá certo isso?
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* Max Maciel é pedagogo e deputado distrital.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha do editorial do jornal Brasil de Fato - DF.
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Edição: Flávia Quirino