A sessão que marcou o retorno dos trabalhos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quinta-feira (1º), contou com a presença do governador Ibaneis Rocha (MDB), que foi à Tribuna apresentar algumas propostas para 2024, como as ações de contratação emergencial de trabalhadores para atuarem no combate a epidemia de dengue no DF.
Em resposta às cobranças dos aprovados nos concursos públicos, que lotaram a galeria da CLDF, Ibaneis não assegurou novas convocações de servidores e disse que é preciso “responsabilidade”.
“O pedido [pelas nomeações] é justo, agora nós temos que fazer tudo com muita responsabilidade. Não adianta eu sair fazendo nomeações também e depois estourar o caixa do Distrito Federal e não ter condições de pagar. Nós fazemos isso tudo com muita responsabilidade”, declarou Ibaneis sob vaias dos aprovados na galeria do Legislativo. Para contrapor, ele citou algumas categorias, como a Educação e Saúde, que tiveram convocações, mas abaixo do que o próprio governo havia se comprometido em 2023.
O governador falou brevemente sobre a epidemia de dengue vivenciada no Distrito Federal e anunciou o projeto de lei para alteração do orçamento de 2024 para fazer a contratação de 75 agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas). “Essas contratações são cruciais para o Distrito Federal, porque nós estamos enfrentando uma epidemia de dengue”, reconheceu o governador. A autorização para as contratações foi aprovada por unanimidade na CLDF.
“Nós vamos ampliar a limpeza da cidade e estão sendo contratados 200 caminhões. Nós estamos fazendo nossa parte e é importante que a população e o Legislativo façam a delas”, declarou Ibaneis Rocha, que está sendo duramente criticado por não fazer as contratações do Avas ainda em 2023. Ele ainda anunciou, que o governo federal, por meio da Aeronáutica vai instar um hospital de campanha na Ceilândia.
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Oposição critica Ibaneis
Parlamentares, que fazem oposição ao governo Ibaneis, subiram na Tribuna da CLDF, após a fala do governador Ibaneis para criticar o chefe do Executivo em razão da negativa do GDF em fazer as nomeações dos servidores aprovados em diversas áreas, dentre elas as que cuidam da prevenção e do tratamento de pessoas com dengue.
“Hoje o que nós ouvimos aqui foi o fantástico mundo do Ibaneis Rocha, de uma cidade que nós não estamos vivendo na prática. O que estamos vivenciando é uma tragédia”, declarou Fábio Félix (PSOL).
Em seguida, o deputado Gabriel Magno (PT) que é o líder da oposição, lembrou que o DF lidera o ranking de incidências de dengue no Brasil. “A epidemia de dengue no DF é uma tragédia construída pelo governo Ibaneis. Nós inclusive fizemos uma série de emendas à LDO para garantir nomeações das mais diversas áreas na saúde e o vencimento dos contatos temporários. Se essa Casa tivesse derrubado vetos no ano passado, em janeiro já teria contratações", lembrou Magno.
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“Hoje nós estamos vivendo um caos, com os pacientes agonizando nas filas das Upas. Isso faz com que a gente mostre que a questão da Saúde não e só a dengue. A saúde do Distrito Federal esta colapsada, porque tem um déficit de 5.800 técnicos de enfermagem na rede. Tem um déficit de 1000 enfermeiros na rede. Tem déficit de médicos e especialidades”, informou a deputada Dayse Amarilio (PSB).
Já o deputado Max Maciel (PSOL) lembrou que o GDF tinha 800 profissionais de Vigilância Ambiental e Agentes Comunitários de Saúde, que enceram o contrato em outubro de 2023. “Então, nós ficamos quase três meses sem orientar a população nas residências do que ela deveria fazer”, lembrou Maciel, acrescentando que “se a gente não conseguir fazer com que as pessoas sejam atendidas, tomem soro e voltem para casa, não vai ter tenda que resolva”.
Por fim, o deputado Chico Vigilante (PT) disse que a situação vivenciada no DF e uma tragédia anunciada, porque “o combate não se da agora, mas antes e isso não foi feito”. Segundo o deputado, se o GDF tivesse contratado os trabalhadores no momento certo o Distrito Federal não estaria na atual situação. “Eu tenho visitando as UPAs e das tendas de hidratação aqui no DF e desolador”, desabafou o deputado.
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Edição: Márcia Silva