O dia 8 de março celebra o Dia Internacional de Luta das Mulheres. As atividades realizadas por movimentos sociais, lideranças feministas e ativistas estão sendo elaboradas com programações voltadas para o debate de igualdade no mundo do trabalho, fim do assédio moral e da violência sexual, combate à violência de gênero e direito à autonomia reprodutiva.
Um ato político-cultural unificado do 8M acontece nesta sexta-feira (8), na praça Zumbi dos Palmares, em frente ao CONIC, às 16h. Mais tarde, às 19h, tem início o show das trabalhadoras, em frente à Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), também no CONIC, com apresentação das cantoras Emília Monteiro e seu repertório de ritmos do norte, Kris Maciel, que promete animar a noite com samba, e Alê Terribili cantando MPB dançante.
O evento é organizado pela CUT-DF, sindicatos e movimentos de mulheres de Brasília e do Entorno e é gratuito.
Ocupa 8M CLDF
A primeira mobilização da agenda do 8M deste ano acontece nesta quarta-feira (6) com a ocupação do plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a partir das 14h, pela efetivação de políticas públicas em defesa das mulheres.
“Para enfrentar o patriarcado, o crescimento brutal dos feminicídios e os retrocessos sociais que ameaçam a vida, a autonomia e a dignidade das mulheres, precisamos estar todas e todos juntos. Essa luta precisa ser de toda a sociedade!”, convida o mandato do deputado distrital Fábio Felix.
Em 2021, a Câmara entregou o relatório da CPI do Feminicídio, com dezenas de recomendações para prevenir a violência contra as mulheres e promover o bem-estar. No entanto, pouco foi feito para implementar as medidas e a capital federal segue presenciando uma crescente dos feminicídios.
Na sexta (8), também haverá uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti, sede do poder executivo do DF, às 12h.
8M do MST
A programação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra do DF e Entorno (MST-DFE) será marcada por atividades de formação e de denúncia. Nesta quinta (7) e sexta (8), são esperadas entre 250 e 300 mulheres do campo e da cidade no Centro de Educação Popular e Agroecologia Gabriela Monteiro, em Brazlândia (DF).
10M do MTD
O Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD-DF) se mobiliza para celebrar o Dia Internacional das Mulheres neste domingo (10), na praça do Sr. João, na QR 615, conjunto 11, em Samambaia.
O evento gratuito promete ser recheado de lazer, cultura, acolhimento, comidinhas, papo bom e muita luta. “Unidas somos gigantes! Por soberania popular e democracia, mulheres vivas do Brasil a Palestina!”, convida a organização.
Pix solidário para contribuir: 61 982241059 (André Tavares - Banco Inter).
Bandeiras de luta
Além de exaltar as conquistas das mulheres e reivindicar mais direitos e dignidade, a luta no Distrito Federal é agravada em função do aumento do índice de feminicídios nos últimos anos. Este ano, a mobilização tem um mote que envolve todas as causas humanitárias do global ao local.
“Nossos corpos, nossos lares: Pela paz, contra o genocídio do povo palestino! Pela vida de todas as mulheres! Não ao feminicídio e ao transfeminicídio! Contra a privatização da vida, o racismo, o machismo, a LBTfobia e todas as formas de violência! Pelo bem viver e o aborto legal e seguro! Democracia, sem anistia aos golpistas!”, convoca a direção sindical.
Em 2024, já foram cinco assassinatos de mulheres nos primeiros dois meses do ano. O feminicídio foi o crime que mais cresceu em 2023, o número dobrou entre 2022 (17 casos) e ano passado (34), segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. As tentativas de feminicídio tiveram um aumento de 110% – o número passou de 37 para 78.
Além disso, há uma defasagem no investimento de políticas públicas do GDF voltadas às necessidades de atendimento às mulheres. Durante sua campanha eleitoral em 2022, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou planos para a abertura de cinco novas unidades da Casa da Mulher Brasileira. Após sua reeleição, essa promessa ainda não foi concretizada, e sua administração não utilizou aproximadamente R$10 milhões destinados à Secretaria da Mulher (SM), que historicamente recebe menos recursos em comparação com outras pastas.
Outras bandeiras de luta da mobilização deste 8M são a igualdade no mundo do trabalho, que ganhou um avanço com a recente sanção presidencial da Lei da Igualdade Salarial; o fim do assédio moral e sexual, com a ratificação da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT); e a implementação de uma Política Nacional de Cuidados para as mulheres que realizam todo o trabalho doméstico e de cuidado com crianças e idosos sem reconhecimento e remuneração
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Edição: Márcia Silva