Mulheres assentadas e acampadas do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Distrito Federal e Entorno se reuniram em mais um ano para a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres.
Desta vez, o encontro foi realizado no assentamento Gabriela Monteiro, em Brazlândia (DF), com cerca de 300 mulheres presentes.
“As ações do 8 de março tem um caráter de denúncia. Queremos denunciar as violências estruturais do sistema capitalista, que afetam diretamente a vida de todas as mulheres”, explica Edineide Rocha, do setor de formação do movimento e membro do coletivo de Mulheres Sem Terra do DF e Entorno.
Ela acrescenta que o protesto “é contra uma série de violações, como desigualdades de direito, fome, pobreza e destruições ambientais”.
A programação da Jornada começou na quinta-feira, 7, no Centro de Educação Popular e Agroecológica Gabriela Monteiro, que faz parte do assentamento.
O dia teve início com análise de conjuntura, seguido de um momento para reflexões sobre o Programa Agrário do movimento. Na parte da tarde, as mulheres se reuniram para preparar materiais para o ato do 8 de março e a noite um ato político foi realizado para reafirmar o compromisso do movimento com a luta das mulheres.
Enquanto as mulheres participavam da programação do dia, os homens Sem Terra presentes no local desempenharam tarefas de reprodução social, de limpeza e de cozinha, preparando refeições, lavando louças e cuidando da ciranda das crianças.
Já na sexta, 8 de março, as mulheres realizaram um ato político em frente à Embaixada de Israel para denunciar o genocídio do povo palestino e exigir cessar-fogo imediato na região. Em seguida, uma parte do grupo seguiu para uma reunião de articulação política junto à Superintendência Regional do Incra.
De acordo com Edineide, esta jornada também tem caráter “formativo e massivo”, funcionando como um preparo para o 7º Congresso do movimento, que será realizado em Brasília em julho de 2024.
Todos os anos o MST realiza atividades em 8 de março, nos estados em que está organizado para demarcar o dia internacional de luta das mulheres.
Em Minas Gerais, este ano, as mulheres Sem Terra ocuparam a fazenda “Aroeiras”, em Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte. Em Cuiabá (MT), mais de 200 mulheres ocuparam a Assembleia Legislativa. Também houve ações em cidades como Boa Vista, Curitiba e Salvador.
O lema da Jornada de Lutas deste ano é “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!”.
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Edição: Márcia Silva