O Plano Juventude Negra Viva (PJNV) será lançado pelo Ministério da Igualdade Racial nesta quinta-feira (21) em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. O evento acontece no Ginásio Regional, às 10h, e contará com a presença do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Anielle Franco.
O documento é maior pacote de políticas de igualdade racial para a juventude negra da história do país. São mais de 43 metas e 217 ações transversais pactuadas junto a 18 pastas ministeriais, com objetivo de reduzir a letalidade e as vulnerabilidades que atingem jovens negros e negras e enfrentar o racismo estrutural.
O Plano foi construído coletivamente com a juventude negra durante a etapa das caravanas participativas, que passaram pelos 26 estados e o Distrito Federal realizando uma escuta ativa às principais demandas apresentadas.
“Quando a gente pensou o Juventude Negra Viva, a gente queria pensar em vários eixos. Mas o eixo principal era: como combater o genocídio da juventude negra e também levar outras coisas como educação, saúde, direito à vida digna? Então toda essa construção coletiva passa por ali”, explicou a ministra da Igualdade Racial durante seminário de apresentação do Plano em novembro do ano passado.
O projeto é fruto de reivindicações de movimentos negros em todo o país e foi estruturado a partir de 11 eixos: saúde; educação; cultura; segurança pública; trabalho e renda; geração de trabalho e renda; ciência e tecnologia; esportes; segurança alimentar; fortalecimento da democracia; meio ambiente, garantia do direito à cidade e a valorização dos territórios.
Além do Grupo de Trabalho Interministerial responsável pela elaboração do PJNV, o documento foi construído em parceria com o Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Secretaria Nacional de Juventude, da Secretaria Geral da Presidência.
A representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Florbela Fernandes, destacou a importância do Plano no combate à violência contra jovens negros.
"As 47 milhões de pessoas jovens no Brasil representam uma geração comprometida com uma sociedade brasileira mais justa, equitativa e sustentável. Segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, das 35 mil mortes violentas de jovens entre 2016 e 2020, 80% eram negros com idade de 15 a 19 anos. Essa realidade não pode continuar", afirmou durante o evento de apresentação em novembro.
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Edição: Márcia Silva