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Professores da UnB aprovam indicativo de greve

Docentes se mobilizam por reajuste salarial e "revogaço" de medidas de governos anteriores; greve será votada em abril

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Docentes se reuniram no auditório da ADUnB nesta quinta (21); outras universidades também se mobilizam pela campanha salarial e possível greve - ADUnB

Professores e professoras da Universidade de Brasília (UnB) aprovaram, em assembleia geral convocada pela Associação dos Docentes da Universidade de Brasília - Seção Sindical do ANDES-SN (ADUnB) nesta quinta-feira (21), indicativo de greve. A categoria se mobiliza por reajuste salarial e pela reestruturação da carreira. Nova assembleia foi marcada para o dia 8 de abril, onde será decidida a deflagração da greve.

Segundo a presidenta da ADUnB, Eliene Novaes, o corpo docente luta pela Campanha Salarial 2024 e pela revogação “das medidas autoritárias do governo Bolsonaro”. “Estamos em processo de campanha salarial, onde debatemos todas as perdas históricas [da categoria] desde o governo Temer, passando pelo governo Bolsonaro”, destacou, ressaltando o impacto dessa defasagem salarial na vida dos docentes.

A assembleia foi realizada em cumprimento a uma deliberação do 42º Congresso do ANDES-SN, realizado nos dias 26 de fevereiro a 1º de março, em Fortaleza. As seções sindicais de outras universidades também estão mobilizadas para discutir a melhor estratégia de mobilização em prol da campanha salarial, sendo a greve uma das possibilidades. “Se a greve sair e quando sair, ela precisa ser construída para que ela seja de fato uma ação unitária nacional”, explicou a presidenta da ADUnB.

Negociações 

No início da gestão atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo montou a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) para discutir a reestruturação das diversas carreiras públicas federais que foram sucateadas pelos governos Temer e Bolsonaro. 

Após meses de diálogo, o presidente concedeu, em 2023, um reajuste salarial de 9% para todos os servidores federais do Poder Executivo, autarquias e fundações, o que incluiu os docentes.

No entanto, para 2024 o governo federal não propôs aumento para os servidores na peça orçamentária enviada ao Congresso Nacional, que foi aprovada sem previsão de recursos para garantir reivindicações das diversas categorias e com apenas um indicativo de aumento de 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026.

Segundo os professores, a proposta não atende a recomposição de perdas acumuladas dos últimos anos e é considerada “inaceitável”. Diante do reajuste zero, o movimento sindical docente discutiu com as bases e decidiu rejeitar a proposta do governo e fizeram a contraproposta de aumento de 7,06% ainda em 2024, 7,06% em 2025 e 7,06% em 2026.

“Na última reunião de negociação que aconteceu em fevereiro o governo disse que ainda não tinha condição de dar nenhum aceno de reposição salarial para 2024, porque precisava do fechamento das contas para discutir a possibilidade na reposição, sem dizer valor e que isso só poderia ser debatido em maio”, acrescentou Eliane, ressaltando que a ausência de proposição de reajuste salarial para 2024  motivou a categoria a fazer a construção do movimento grevista.

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Edição: Márcia Silva