Distrito Federal

GOLPISMO

Sem anistia: Levante Popular da Juventude no DF faz escracho em frente à condomínio de Anderson Torres

Protestos marcam os 60 anos do Golpe Militar de 1964 que instaurou a ditadura no Brasil

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Ato em frente ao condomínio onde mora o ex-ministro da Justiça Anderson Torres - Divulgação/Levante Popular da Juventude

Militantes do Levante Popular da Juventude no Distrito Federal protestaram, na manhã desta segunda-feira (1º), em frente à casa de Anderson Torres (União Brasil), ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do GDF durante os ataques golpistas de 8 de janeiro do ano passado. 

Os protestos aconteceram em vários locais do Brasil nas residências de políticos e personalidades da extrema direita que são investigados por articular, estimular, participar ou financiar da invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes. 

A coordenação do movimento afirma que Anderson Torres foi um dos alvos escolhidos, pois além de ter sido apontado como redator da minuta do golpe, ele participou do 8 de janeiro por meio da omissão de resposta eficiente aos ataques.

“Enquanto secretário de Segurança Pública, ele fez de tudo para facilitar a ação dos golpistas no 8 de janeiro. Ele colocou a polícia em locais em quantidades menores do que o necessário para conter aquela multidão que estava em Brasília, na Praça dos Três Poderes, se preparando para invadir e depredar os prédios públicos”, afirmou Carlos Alberto, da coordenação nacional do Levante, que participou do protesto em frente ao Condomínio Ville de Montagne, no Jardim Botânico. O local é apontado como suposto ponto de reunião para articulação e planejamento da tentativa de golpe.  


"Aqui mora um golpista" foi escrito na porta do Condomínio em que mora Anderson Torres em Brasília / Divulgação/Levante Popular da Juventude

Os atos foram realizados na data que marca os 60 anos do golpe militar no país, deflagrado em 1º de abril de 1964. Com cartazes "Aqui mora um golpista: por verdade, memória e justiça", com os rostos dos denunciados e reproduções da Constituição Federal com manchas de tintas vermelhas remetendo a sangue, o movimento destacou a relação entre o golpe de 64 e o 8 de janeiro.

“Estivemos hoje na frente da casa do Anderson Torres, denunciado para os vizinhos deles que eles vivem com um golpista, com uma pessoa que tentou contra a democracia brasileira”, destacou Carlos Alberto. “E é importante que a gente, enquanto jovens lutadores e lutadoras, mantenhamos a memória do que foi esse período nebuloso e obscuro na história brasileira, que foram 21 anos de tortura, assassinato, perseguição política e de censura. É importante que a gente lembre para que nunca mais aconteça”, completou explicando o significado da ação na data de 1º de abril. 

Entre os alvos dos protestos por todo o país estão os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Pedro Lupion (PP-PR), André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE), Nicoletti (União-PR) e Silvia Waiãpi (PL-AP); e Antônio Galvan, presidente da Aprosoja e um dos financiadores do 8 de janeiro.  

O movimento também protestou pelo julgamento e condenação dos envolvidos, sem anistia. “Em agosto de 79 foi aprovada a anistia [dos golpistas da ditadura de 64] e isso que faz com que a extrema-direita hoje tenha essa sanha pela tentativa de golpe, por romper com o estado democrático de direito”, defendeu o coordenador do Levante.

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Edição: Márcia Silva