Professores da Universidade de Brasília (UnB) iniciaram greve nesta segunda-feira (15). A pauta central do movimento é o reajuste salarial da categoria e a reestruturação da carreira, reivindicações que unem ação paredista de professores universitários e outras categorias de servidores federais em nível nacional. Não há previsão para o fim da paralisação.
A greve foi aprovada em Assembleia Geral convocada pela Associação de Docentes da UnB (ADUnB) no dia 8 de abril. Cerca de 600 pessoas – entre sindicalizados, não sindicalizados e convidados – participaram da discussão do tema que resultou no pleito de 257 votos favoráveis e 213 contra a efetivação da greve.
Em nota, a ADUnB apontou que além do reajuste de salarial ainda em 2024 e a reestruturação da carreira, as categorias mobilizadas também exigem um “revogaço de medidas normativas implementadas nos governos Temer e Bolsonaro” e acrescentam "a necessidade de valorização do Ensino Superior, a recomposição orçamentária das universidades federais e a defesa da Educação Pública como direito fundamental”.
De acordo com a ADUnB, “ainda não é possível medir a quantidade de professoras e professores que aderiram ao movimento paredista, mas as atividades de mobilização da categoria para adesão já iniciaram. A expectativa é que a maior parte dos docentes possa parar suas atividades e aderir à greve”.
Também foi anunciado que na terça-feira (16), às 10h, acontece uma Assembleia Unificada entre docentes, técnico-administrativos e estudantes da UnB para tratar da mobilização em torno da pauta de reivindicações. A Assembleia Unificada será realizada no Teatro de Arena, no Campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte.
Negociação com o governo
Um dos principais problemas para as categorias de servidores federais em greve ou mobilização atualmente é a ausência de reajuste salarial em 2024.
Em dezembro do ano passado, o governo apresentou a seguinte proposta de reajuste salarial: 0% em 2024; 4,5% em 2025; 4,5% em 2026. A proposta da bancada sindical para a categoria docente é de reajuste salaria de 7,06% em 2024, 2025 e 2026.
Na última quarta-feira (10), em reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente o governo apresentou uma nova proposta, manteve proposta de reajuste nos em benefícios assistenciais como alimentação, creche e saúde e não apresentou proposta de reajuste salarial. Segundo o Termo de Acordo apresentado “as negociações relativas à reestruturação de carreiras e reajustes de remuneração ocorrerão no âmbito das Mesas Específicas e Temporárias, devendo ser instaladas até o mês de julho de 2024”. Ou seja, o governo não apresentou proposta de reajuste salarial linear para os anos de 2024, 2025 e 2026.
:: Servidores do IFB aprovam indicativo de greve em Assembleia Geral ::
Reitoria
Em nota, a Reitoria da UnB informou que "respeita e valoriza seus professores, servidores técnicos e trabalhadores terceirizados, cuja dedicação, ao lado dos estudantes, é fundamental para que a instituição mantenha a sua excelência no ensino, na pesquisa, na extensão e na gestão, pautados pelo compromisso social".
A nota observa que a reunião com o Comando Local de Greve dos docentes deve acontecer esta semana e destacou que o o semestre letivo não foi suspenso e nem cancelado. "Após o término da greve e se for necessário, eventual alteração do calendário acadêmico será objeto de deliberação pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), nos termos do Regimento Geral da UnB".
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Edição: Márcia Silva