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Não é só por reajuste salarial, é em defesa da Educação e da Universidade Pública

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Greve de docentes da UnB foi aprovada no dia 8 de abril - Foto: Ascom ADUnB-S.Sind
A greve não traduz apenas uma reivindicação salarial.

Em uma Assembleia histórica, realizada no dia 8 de abril, cerca de 600 professoras e professores da Universidade de Brasília (UnB) debateram as condições de trabalho, o baixo orçamento das universidades públicas e a necessidade de reajuste salarial e reestruturação da carreira. A deflagração da greve foi aprovada por 257 votos favoráveis. 213 docentes foram contrários.

A Assembleia demarca dois movimentos importantes na Universidade. Primeiro, a rearticulação do movimento docente na UnB ao longo das três últimas gestões da Diretoria da Associação dos Docentes da UnB - Seção Sindical do Andes-Sindicato Nacional (ADUnB-S.Sind). Fazer movimento sindical depois de quase 12 anos de refreamento não é uma tarefa fácil. 

A grande luta é pelo debate da recomposição salarial, que entendemos ser uma pauta necessária para técnico-administrativos e para docentes. Mas temos, especialmente, a necessidade de recuperar a mobilização em torno da defesa da universidade pública, do orçamento da universidade e das condições de sobrevivência dos nossos estudantes, do acesso e permanência na universidade.

Estamos ao lado dos técnico-administrativos da UnB que deflagraram greve no dia 11 de março. Lutaremos juntas e juntos pela recomposição de nossos salários e pela reestruturação das carreiras. Vamos lutar pela revogação imediata das medidas normativas implementadas em governos anteriores que enfraquecem e sufocam o funcionalismo público, como a PEC da Reforma Administrativa.

Em reunião realizada no dia 10 de abril, o Setor das Instituições Federais do Andes-SN aprovou o início da greve nacional no dia 15 de abril e a participação na Semana Nacional de Mobilização, com a realização da Jornada de Luta “0% de reajuste não dá!”, convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), nos dias 16, 17 e 18 de abril. O calendário definido pelo Setor aponta ainda a realização de uma semana de atividades locais nas instituições entre 22 e 26 de abril.

Nesta semana, teremos ainda no dia 16 de abril às 10h uma Assembleia Geral Unificada de docentes, estudantes e técnicos administrativos no espaço histórico da luta da comunidade da UnB, que é o Teatro de Arena, em defesa da UnB, dos nossos salários e das nossas carreiras. Uma agenda intensa de luta conjunta está sendo construída no âmbito da UnB, a partir do trabalho do Comitê Local de Greve, aprovado em Assembleia Geral Extraordinária realizada dia 08 de abril. 

Queremos que o governo federal apresente efetivamente um reajuste salarial e que debata com  a categoria a reestruturação de nossas carreiras. Queremos, sobretudo, discutir com a sociedade qual o papel da universidade pública para o desenvolvimento do país.

A greve não traduz apenas uma reivindicação salarial. É um movimento que aponta para a defesa da universidade pública e a construção de uma unidade de luta, que seja local na UnB e, ao mesmo tempo, nacional.

A partir de agora, é necessário construir um movimento nacional para a sustentação dessa greve, para que não se isole e não seja um movimento de poucos. É preciso dialogar com a sociedade e com o conjunto da classe trabalhadora em defesa da Educação Pública e em defesa do Serviço Público como direito da população e papel do Estado.

A greve é instrumento legítimo em defesa dos direitos da categoria. É hora de unirmos forças, de participar das atividades de mobilização, de conversar e convencer o maior número de pessoas para uma luta que é justa e é nossa, de todas as professoras e professores da Universidade de Brasília. Vamos em frente!

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*Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB - S. Sind. do ANDES-SN)

**Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

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Edição: Márcia Silva