Sidronio Alves Lima, homem acusado de assassinar a agricultora e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-GO) Neurice Torres na zona rural do município de Minaçu (GO), será julgado no Tribunal do Júri da cidade nesta terça-feira (23), a partir das 9h.
A investigação da Polícia Civil e o processo criminal apontam diversos indícios de que Sidronio, ex-marido de Neurice, foi o autor do crime. Dentre as provas, estão relatos dos filhos do ex-casal, em que narram as violências sofridas pela mãe. Eles estavam separados desde 2017, quando Neurice o denunciou por agressão e tentativa de estupro.
Mulheres do MST-GO exigem justiça e punição. “Nós, enquanto movimento social, deixamos claro que não permitiremos que a impunidade se faça presente e faremos todos os esforços para alcançarmos a justiça por Dona Neura”, declarou Amélia Franz, da direção estadual do MST em Goiás.
Neurice era agricultora, militante do MST e assentada da Reforma Agrária. Em sua memória, as mulheres do movimento batizaram um acampamento de famílias em Hidrolândia como Acampamento Dona Neura.
Elas denunciam a falta de segurança vivida por moradoras da zona rural, onde persiste a ausência de políticas públicas para a proteção de pessoas expostas à ameaças, como o caso de mulheres que já possuem medida protetiva contra ex-companheiros, que vivem sozinhas e que já realizaram denúncias de violência.
De acordo com o advogado que acompanha o caso, Allan Hahnemann, "a expectativa da acusação é que a gente realize um julgamento limpo, que traga toda a verdade, que colham os depoimentos das testemunhas, os quais confirmam, com todos os indícios e provas, a autoria do homicídio realizado pelo Sr. Sidrônio Alves de Lima".
O acusado está preso desde 8 de outubro de 2022, quando, após 27 dias foragido, foi capturado em uma barreira policial. Ele já tinha prisão preventiva determinada pela justiça.
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Edição: Márcia Silva