Distrito Federal

Arte do cerrado

2ª Feira Comunidade de Fibra acontece neste sábado (4), em Planaltina

Programação inclui oficina de artesanato, música, dança, gastronomia e é realizada em assentamento do MST

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Oficina de produção artesanal com fibra de bananeira - Foto: acervo da Comuna Panteras Negras

A 2ª Feira Comunidade de Fibra se apresenta no Complexo Cultural Planaltina com atividades de valorização do artesanato regional, música e gastronomia no fim de semana, sexta-feira (3) e sábado (4). A proposta do evento é um convite para se conectar com as raízes populares do DF, apreciar a arte local e contribuir para a valorização do artesanato como forma de expressão cultural e geração de renda.

A feira reúne o melhor da produção local, com destaque para peças confeccionadas com técnicas tradicionais e materiais reciclados. Visitantes poderão apreciar e adquirir produtos únicos, que carregam a identidade e a história dos elementos de natureza e cultura do cerrado.

Durante todo o evento, os visitantes terão a oportunidade de explorar uma variedade de artesanatos e produtos agroecológicos provenientes de diversos assentamentos da reforma agrária do Distrito Federal. Entre os expositores estão Mulheres de Fibra, Armazém do Campo (MST), Assentamento 8 de Março, Instituto Maria do Barro e Espaço Cultural Maria Morena. Esta feira não apenas celebra a criatividade local, mas também apoia diretamente as comunidades agrícolas da região.

A programação cultural também inclui shows musicais com artistas locais com trabalho de ritmos e expressões artísticas difundidas na periferia e no campo. As atividades também incluem apresentações de teatro e dança, oficinas para crianças e adultos, além de uma roda de conversa sobre "Políticas Públicas para o Artesanato".

No sábado (4/5), a partir das 14h, os mais novos poderão se aventurar em oficinas gratuitas de modelagem de barro, criação de bonecas de palha e confecção de bonecas Abayomi, símbolo da resistência de cultura africana. Um convite para despertar a criatividade e o contato com as tradições.

E para garantir que todos possam aproveitar ao máximo a feira, a organização preparou ações de acessibilidade que incluem tradução em Libras, audiodescrição, exposição sensorial e guias para pessoas com deficiência visual.

No palco, a música toma conta a partir das 19h de sexta-feira (3/5), com apresentações do Mamulengo Fuzuê, Grupo Junino Arrasta Pé, Banda 78 Rotações, DJ Sapo e do rapper Mano Dáblio. No sábado (4/5), a partir das 18h, o Grupo Folclórico Sensação Paraense, os Tambores do Amanhecer e o Sambadelas garantem a animação do público.

Uma ponte entre o campo e a cidade: essa é a essência dos minicursos de artesanato que, em uma parceria frutífera, reuniram profissionais da comunicação e artesãos das periferias e assentamentos da reforma agrária de Planaltina, Ceilândia e Brazlândia.

As oficinas serão ministradas por mãos experientes na cadeia produtiva do artesanato local, explorando diferentes vertentes e etapas:

Desvendando os segredos da fibra de bananeira: os participantes aprenderam a transformar essa matéria-prima abundante em peças únicas e cheias de significado.

Dominando a arte da escultura em barro: moldando o barro com destreza, os alunos criaram obras que expressam a criatividade e a cultura local.

Olaria - dominando o fogo e a argila: técnicas ancestrais se misturam à modernidade na produção de peças cerâmicas que encantam.

Capim colonião - um universo de possibilidades: as mãos habilidosas dos artesãos transformaram esse material simples em peças únicas e funcionais.

Fotografia comercial com celular: capturando a beleza do artesanato local, os alunos aprenderam a usar seus smartphones para criar imagens que encantam e vendem.

Comercialização e divulgação online: dominando as ferramentas digitais, os artesãos estão prontos para levar seus produtos para o mundo.


Produção de artesanato da Feira Comunidade de Fibra / Foto: acervo da Comuna Panteras Negras

Para além dos dias da feira, durante o mês de maio, oficinas artesanais lúdicas serão realizadas em escolas do campo de Planaltina, inspirando as novas gerações a conhecerem e valorizarem a riqueza cultural do artesanato local.

Localizado estrategicamente no Assentamento Pequeno Willian, na região rural de Planaltina, o Ponto de Cultura Comuna Panteras Negras emerge como um epicentro de atividades culturais e educacionais. Seu foco principal é o apoio às famílias de camponeses e camponesas, proporcionando formações e vivências que promovem o desenvolvimento do artesanato local. Esta iniciativa é realizada em estreita colaboração com diversas entidades, incluindo organizações da sociedade civil, movimentos sociais, escolas públicas e instituições de ensino superior.

Destacando-se como um ponto de referência cultural na região, a Comuna abriga a Biblioteca Carolina Maria de Jesus, considerada uma das maiores bibliotecas rurais comunitárias do Distrito Federal. Além disso, desempenha um papel crucial na coordenação do coletivo de Mulheres Artesãs do Assentamento Pequeno Willian, fortalecendo a participação feminina na produção cultural e econômica local.

O reconhecimento oficial do impacto cultural da Comuna foi marcado em agosto de 2018, quando a Secretaria de Cultura do Distrito Federal a designou como Ponto de Cultura, enaltecendo assim sua contribuição para a diversidade cultural e o enriquecimento da comunidade local.

Confira a programação:

Sexta-feira (3/5)

15h - Oficina Reciclart

15h - Oficina de Boneca de palha com fibras (para crianças)

16h - Mamulengo Fuzuê

17h - Grupo Junino Arrasta Pé

18h - Banda 78 Rotações

19h - DJ Sapo e Cyphers Clan

20h - Mano Dáblio

Sábado (4/5)

14h - Oficina de biojoia

14h - Oficina Boneca Abayomi (para crianças)

16h - Oficina moldagem em barro (para crianças)

16h - Roda de conversa sobre políticas públicas para o artesanato

17h30 - Sensação Paraense

18h20 - Transições Cia de Dança

19h - Tambores do amanhecer

20h - Sambadelas

Edição: Flávia Quirino