Distrito Federal

Mobilização nacional

Marcha da Classe Trabalhadora reúne milhares em Brasília

Cerca de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras reivindicaram valorização do serviço e revogação da reforma trabalhista

Brasil de Fato | Brasília (DF) | |
Dentre as reivindicações apresentadas na marcha, estão a reconstrução do estado do Rio Grande do Sul e a revogação do novo Ensino Médio - Rafaela Ferreira

A Marcha da Classe Trabalhadora reuniu, nesta quarta-feira (22), milhares de pessoas, movimentos sindicais e sociais de todo país, em Brasília. O objetivo do ato foi apresentar, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao Congresso Nacional, uma agenda que garanta pleno emprego, melhores salários, desenvolvimento econômico e social para o país.

Cerca de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras estiveram presentes, como informou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das entidades responsáveis pela marcha. Ao Brasil de Fato DF, o presidente da entidade, Sérgio Nobre, destacou que a força das ruas e dos movimentos dos trabalhadores é fundamental para a construção de políticas públicas. "Hoje demonstramos que não vamos abrir mão dos nossos direitos, e, muito mais, vamos ampliá-los na Câmara e no Senado", disse Nobre.

Dentre as reivindicações apresentadas na marcha, estão a reconstrução do estado do Rio Grande do Sul, a revogação do novo Ensino Médio, trabalho decente, valorização do serviço público e menos juros e a correção da tabela do imposto de renda. Além disso, a manifestação também foi em defesa da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, e reforma agrária. 

Segundo Nilza Almeida, secretária-geral do Intersindical, o ato é uma reafirmação com atualização das pautas da classe trabalhadora. As reivindicações foram entregues para Lula quando ele era, até então, candidato à presidência da República, em 2022. De acordo com Nilza, alguns pontos já foram atendidos, porém, ainda há demandas que aguardam um parecer.

"Foram muitos anos de ataque aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Por isso, a gente organizou essa marcha, para estar apresentando de novo a pauta para os trabalhadores e trabalhadoras que vieram participar da atividade. Depois, ela vai ser protocolada em todos os órgãos, Senado, Congresso e STF. Isso porque a vida dos trabalhadores, a vida legal, política e institucional, passa pelos poderes, pela presidência da República, Senado, Congresso Nacional, e Supremo Federal", disse a secretária-geral.

Plenária 

Antes dos trabalhadores e trabalhadores marcharem rumo ao Congresso Nacional, foi realizado uma plenária com ministros do governo Lula e representantes dos movimentos sociais. Presente no evento, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, falou sobre a importância de, a partir do ato, estabelecer uma análise real e concreta para esclarecer a qualquer bancada ligada ao Lula ou à extrema direita sobre o que acontece, de fato, com os trabalhadores. 

"O direito ao trabalho e a relação do trabalho vem sendo atacado desde o golpe da presidenta Dilma. Portanto, é momento de reagir, pautar esse debate, de redução de jornada ao trabalho, de direito ao trabalho, de negociação coletiva, recuperar prejuízos gerados pelos governos nefastos é fundamental.", disse o ministro ao Brasil de Fato DF.


Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, falou sobre a importância de, a partir do ato, estabelecer uma análise real e concreta sobre o que está acontecendo com os trabalhadores e trabalhadoras / Rafaela Ferreira

Também participaram da plenária a ministra interina da Mulher, Maria Helena Guarezi. Além de Márcio Macêdo, da Secretária-Geral da República. 

Na ocasião, também foi lançado a "Agenda Jurídica das Centrais Sindicais no STF - 2024". O material é dividido por tema e destaca os principais processos que podem impactar a vida dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.

Outras reivindicações

Os professores e professoras de universidades federais, que estão em greve desde abril, também participaram da mobilização. A categoria reivindica a recomposição dos salários e do orçamento das instituições de ensino, além da reestruturação das carreiras.

Francieli Rebelatto, diretora do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), conta que é importante conseguir ampliar a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras para fortalecer a greve federal da educação. "Dessa forma, vamos fazer a devida disputa do fundo público, porque nós queremos universidades, institutos e Cefets de qualidade de norte a sul do Brasil. Queremos trabalhadores valorizados, que os estudantes tenham condições de entrar e permanecer na universidade", disse

A marcha também reuniu movimentos populares de todo país. O dirigente nacional dos Atingidos por Barragens (MBA), Yuri Paulino, comentou sobre a importância da manifestação. "É uma luta extremamente importante, pelo fato de representar uma unidade dos trabalhadores e retomar um processo de avanço na mobilização coletiva do povo brasileiro, dos trabalhadores brasileiros, para que a gente possa pressionar o governo para que avance na pauta dos trabalhadores aqui apresentada."

"Ontem tivemos o Grito pela Terra, dos companheiros e companheiras da Contag, e hoje a Marcha dos Trabalhadores. É um indicativo importante de uma crescente mobilização de nós que apoiamos o governo Lula, mas queremos que o governo avance nas pautas que são importantes para a classe trabalhadora", explicou o dirigente.

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Edição: Márcia Silva