O Banco de Brasília (BRB) vai fazer uma nova emissão de ações para captar recursos privados na ordem de até R$ 1 bilhão. Essa ação foi aprovada pelo Conselho de Administração do Banco BRB, controlado por indicados do governador Ibaneis Rocha (MDB).
Para o Sindicato dos Bancários de Brasília, a ação é um aprofundamento da política neoliberal do atual do BRB e pode comprometer a capacidade de atuação do banco no futuro.
“Se o banco não tiver capital ele para e vai sofrer uma intervenção, porque sem cumprir o limite [de capital estipulado pelo Banco Central] ele não pode operar. Então, ele [BRB] está no limite e precisa de capital e quem teria que colocar capital é o GDF e não fazer venda de ações”, explicou o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo de Souza.
O presidente do Sindicato avaliou que esta tentativa de venda de ações do BRB pode não ser bem-sucedida. “Quem vai se interessar pela compra de ações do BRB depois que o banco ter demonstrado pouca rentabilidade”, questionou, Eduardo Souza.
Em nota, o Sindicato destacou que essa decisão da atual gestão é uma “tendência preocupante” que começou com o governo de Rollemberg, permaneceu com Ibaneis no aprofundamento do neoliberalismo adotado no Brasil após o golpe parlamentar que derrubou o governo Dilma em 2016. “Se em 2015 o GDF detinha 97% do capital do banco e agora detém aproximadamente 70%, qual será a participação do Governo do Distrito Federal (GDF) se a medida anunciada for concretizada? E quais serão os impactos?”, questionou o Sindicato.
O BRB justificou que o capital privado adicional será utilizado para impulsionar a expansão do BRB em especial nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. “Os recursos serão aplicados no crescimento das carteiras de crédito comercial, imobiliário, rural e de financiamento à infraestrutura”, disse o BRB, destacando que o negócio pode chegar até a R$ 100 bilhões de ativos totais e 15 milhões de clientes, nos próximos cinco anos, entrando, assim, para a lista dos 10 maiores bancos do país.
A nota do Sindicato dos Bancários destaca ainda destaca que seria importante ouvir a manifestação dos principais acionistas do BRB e pensar nos desafios futuros. “É preciso ter cuidado para não dilapidar o patrimônio do banco e comprometer sua capacidade de atuação como agente de desenvolvimento. O futuro do BRB depende das decisões tomadas agora”, ressaltou o sindicato.
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Edição: Márcia Silva