A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) reuniu professores em greve para decidir sobre os rumos do movimento diante da recusa do Governo Federal em atender as reivindicações da categoria. As principais demandas da categoria, em greve desde 15 de abril, são recomposição salarial e reestruturação da carreira, além da recomposição do orçamento das universidades federais.
Realizada no Centro Comunitário da UnB, a maioria de professores que participaram da Assembleia aprovou uma agenda de mobilizações para os próximos dias, com o objetivo de pressionar o governo federal a renegociar com o movimento. A categoria aponta uma dificuldade de negociação com a Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), liderada pelo ex-dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Lopez Feijóo.
Na agenda aprovada pelos professores da UnB, está a participação em um ato nacional previsto para acontecer na segunda-feira (10) durante uma reunião do presidente Lula com reitores de universidades federais. Também foi aprovada a participação na reunião com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no dia 14 de junho. Nas duas datas haverá mobilizações da categoria reforçando as demandas por salário, carreira e orçamento.
:: Lula se reúne com reitores de instituições federais na próxima segunda (10) ::
“É importante manter o movimento de greve e a força da mobilização. Nós temos uma semana decisiva pela frente, como a reunião com o presidente Lula e os reitores, a agenda de negociação no MGI e agenda de negociação com o MEC e os docentes. A assembleia avaliou que é importante continuarmos o movimento durante essa semana para que tenhamos condições de pressionar o governo para que atenda as reivindicações”, explicou a presidenta da ADUnB, Eliene Novaes.
Em 15 de maio, o governo federal, por meio do MGI, apresentou proposta de reajuste salarial de 0% em 2024, 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. A categoria docente apresentou uma contraproposta no dia 27 de maio, solicitando reajuste salarial de 3,68% em 2024, 9% em 2025 e 5,16% em 2026. O MGI não aceitou a contraproposta.
Luta unificada
A agenda de mobilização aprovada pela categoria docente da UnB faz parte do calendário de luta unificado apresentado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
De acordo com o calendário das organizações, estão previstas atividades de mobilização na semana de 10 a 14 de junho, entre estas o acompanhamento durante as mesas de negociação com o MGI de técnico-administrativos, que acontece na terça-feira (11) e com a categoria docente no dia 14. No dia 12 de junho está previsto um ato no anexo II da Câmara dos Deputados, às 9h, e no dia 13 de junho um aulão em frente a Capes, às 14h.
"É hora de intensificar a mobilização e forçar o governo a reabrir as negociações", diz o chamado das entidades sindicais nas redes sociais.
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Edição: Márcia Silva