Servidores técnico-administrativos em educação da Universidade de Brasília (UnB) continuam em greve, após rejeitarem proposta apresentada pelo governo em reunião com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no dia 11 de junho. A posição foi definida em assembleia geral do Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da UnB (Sintfub) realizada nesta terça-feira (18).
A categoria está em greve desde o dia 11 de março. A representação sindical considera que algumas conquistas importantes já foram alcançadas, como o aumento no step no desenvolvimento da carreira, mas que as negociações precisam avançar. Na última proposta apresentada, o governo manteve o reajuste 0 para 2024, o que é rechaçado pela categoria.
A decisão do Sintfub de manter a greve seguiu a orientação dada pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) após análise da propositura do governo.
“A greve é uma resposta à evidente desvalorização da carreira dos Técnico Administrativos em Educação, percebida na corrosão salarial e na falta de reestruturação do PCCTAE, no congelamento salarial imposto desde os governos Temer e Bolsonaro, assim como a manutenção de 0% de reajuste em 2024, como também todo o contexto de trabalho sucateado pelas reduções sucessivas nos investimentos nas instituições públicas de ensino rumo a uma política de estado mínimo”, afirmou a entidade em comunicado.
Segundo a presidenta do Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), categoria que também está paralisada desde abril, a greve é um movimento extremo, mas necessário.
“Quando a gente faz greve por melhores salários, por melhores condições de trabalho, a gente está fazendo greve em defesa da universidade, porque a gente sabe que a universidade que não tem professores e técnicos bem pagos não presta o serviço que deve ser prestado para a sociedade”, disse durante a assembleia do Sintfub nesta terça (18).
O presidente da Central Única de Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Rodrigo Rodrigues, também participou da reunião e declarou apoio à mobilização dos servidores. “Saudamos essa greve dos técnicos e docentes que está defendendo os trabalhadores das universidades, mas também defendendo a qualidade da educação pública”, afirmou.
Conquistas do movimento grevista
De acordo com comunicado da FASUBRA, a mesa de negociação realizada com o MGI no dia 11 de junho apresentou alguns avanços históricos. A entidade cita as pautas que passaram a ser consideradas pelo governo:
• STEP: 2025 4,0% e 2026 4,1%;
• concessão da aceleração na capacitação permitindo chegar ao topo da carreira em 15 anos;
• atendimento do pleito do Reconhecimento dos Saberes e Competências – RSC;
• reposicionamento dos aposentados;
• todas as correlações do Incentivo à Qualificação passarão a ser diretas, desta forma a correlação indireta será extinta;
• temas relacionados às reivindicações dos trabalhadores dos Hospitais Universitários, tais como horas de plantão noturno, hora ficta e plantão de 12x60, entre outros.
Confira mais detalhes sobre a proposta apresentada pelo governo e da discussão da última mesa de negociação aqui.
Apesar dessas conquistas do movimento grevista, a FASUBRA orientou pela manutenção da greve e realização de assembleias nas universidades para discutir a proposta até dia 20 de junho. A entidade informou também que vai solicitar ao governo nova reunião da mesa de negociação, “para avançar nesta proposta ofertada de forma que realmente contemple toda nossa categoria (ativos, aposentados e pensionistas)”.
URP
Outra pauta da assembleia geral realizada pelo Sintfub nesta terça (18) foi a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter o pagamento integral dos 26,5% referentes à URP/89 aos servidores técnico-administrativos da UnB.
“Os 26,05% incidem sobre o vencimento básico e tudo que tem relevância sobre o vencimento. Não podem ser absorvidos por qualquer reajuste geral”, informou o Sindicato. Os servidores que desejarem ajuizar ações para recebimento dos valores retroativos devem entrar em contato com o Sintfub para esclarecimentos a respeito dos documentos e do processo judicial.
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Edição: Márcia Silva