Após mais de dois meses em greve, professores da Universidade de Brasília (UnB) retomam as atividades nesta quarta-feira (26). A decisão foi deliberada em assembleia da categoria no dia 20 de junho, que também aprovou que o Andes-Sindicato Nacional assine o acordo com o governo federal.
“Os docentes indicaram a aprovação da proposta indicada pelo governo, mesmo sabendo que ela é insuficiente, que ela não atende às demandas da categoria, mas que aquilo que o nosso movimento paredista conseguiu conquistar”, disse a presidenta da Associação dos Docentes da UnB, Eliene Novaes, logo após a assembleia.
A proposta do governo federal estabelece para a categoria um reajuste total entre 22% e 43% no acumulado de quatro anos, sendo 9% em 2023 (já concedido). Em janeiro de 2025, será de 9% e 3,5% em maio de 2026. A proposta também estabelece a recomposição parcial do orçamento das universidades e institutos federais; implementação de reajuste de benefícios, como auxílio-alimentação, auxílio-saúde suplementar e auxílio-creche.
Os ajustes no calendário acadêmico serão definidos nesta quinta-feira (27), em reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), que acontece às 14h30, no Auditório da Reitoria.
De acordo com o vice-reitor e presidente do Cepe, Enrique Huelva, a reunião definirá uma proposta que será levada para a discussão das unidades acadêmicas e acrescenta que “todos os dias de paralisação serão repostos. São dias letivos. Sempre funcionou assim em outros momentos que passamos por greve na UnB. Desta vez, não será diferente.”
Técnico-Administrativos
Na terça-feira (25), ocorreu na Praça Chico Mendes da UnB, a assembleia do Sindicato dos Servidores técnico-administrativo da UnB (Sintfub). Na reunião, foi comunicado que a categoria espera a Minuta de Acordo, a ser enviada do governo para a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), que organiza a greve da categoria em nível nacional.
Até o momento, todas as entidades de técnicos continuam nacionalmente em greve e aguardam a minuta assinatura do acordo, “desde que esteja em conformidade com o que foi discutido aqui nas Mesas de Negociação, garantindo os avanços apresentados e com a possibilidade de novas discussões com o MEC”, afirma nota do Sintfub.
A coordenadora de Assuntos de Aposentadoria e Pensão, Francisca Nascimento, fez um balanço que inclui críticas ao tratamento nas negociações com o governo e avanços que a luta grevista alcançou no período de luta: “enfrentamos a intransigência no diálogo negando-se até mesmo esclarecer as dúvidas apresentadas, reestruturação da carreira, reposicionamento dos aposentados, o reconhecimento dos saberes e competências (RSC), hora fixa, manutenção das capacitações”.
Os participantes da assembleia decidiram esperar pela análise da Fasubra, que deverá ocorrer ainda nesta semana, e agendar uma nova reunião na quinta-feira (27).
Com informações da Secom UnB.
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Edição: Márcia Silva