Para destacar a crise de efetivo nas delegacias do Distrito Federal, o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) divulgou uma pesquisa realizada com os profissionais da área. O estudo revelou que 48,6% dos policiais planejam mudar de carreira antes da aposentadoria, em busca de melhores oportunidades de crescimento e remuneração. Além disso, segundo a entidade sindical, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) enfrenta um déficit de 50% de seu efetivo, o que tem prejudicado o funcionamento das delegacias.
De acordo com a pesquisa divulgada pela entidade, 48,6% do efetivo policial planeja mudar de carreira antes da aposentadoria, buscando melhores oportunidades de carreira e remuneração. O levantamento apontou, ainda, que 84% dos policiais civis consideram mudar de profissão frequentemente, devido a salários defasados, sobrecarga de trabalho e busca por melhor qualidade de vida. Além disso, 93% estão insatisfeitos com a conjuntura salarial atual, considerando-a abaixo das expectativas.
Para reverter o que classificou como crise, o Sinpol-DF destaca que a recomposição dos quadros é fundamental para que a falta de profissionais não prejudique ainda mais as investigações e o atendimento aos cidadãos. O sindicato lembra que a situação é agravada pelos altos índices de exonerações e aposentadorias entre os policiais civis, afetando a conclusão de investigações e o atendimento aos cidadãos. O Sindicato dos Policiais Civis também defende a reestruturação da carreira.
"A desvalorização salarial e a sobrecarga de trabalho levam muitos policiais civis a considerar a mudança de profissão, resultando em uma alta taxa de evasão na instituição”, destacou o presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas, acrescentando: “A perda desses profissionais especializados, competentes e capacitados, que deixam a PCDF em busca de melhores remunerações e valorização da carreira pública, compromete a segurança nas delegacias, a conclusão das investigações e o atendimento à população.”
Ainda segundo presidente do Sindicato, a nomeação de todos os aprovados no último concurso de agente e escrivão, que se arrasta há mais de quatro anos, “é uma medida de urgência para evitar tragédias”. No entanto, ele também alertou que apenas as novas nomeações não são suficientes, pois é necessária uma adequação da carreira, que possibilite uma valorização, tendo em vista o crescente problema da evasão.
Aprovados em concurso de 2019
A maioria dos aprovados no concurso para a Polícia Civil do DF (PCDF), realizado em 2019, ainda aguardam a nomeação. Após anos sem o governo Ibaneis não chamar ninguém, cerca de 1.200 pessoas foram convocadas para o curso de formação em meados de 2023, com a promessa de que assumiriam os postos de trabalho. Mas, no final de 2024, apenas 300 aprovados foram nomeados.
Apesar do Sinpol destacar que a demanda é de cerca de 2 mil profissionais, ao ser questionada pelo Brasil de Fato DF, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) publicou, em junho, uma nota publicada anunciando a nomeação de cerca de 800 profissionais para o final do ano. “A partir de 1º de novembro de 2024, serão nomeados 788 novos policiais civis”, destacou a nota, lembrando que 12 pessoas já foram nomeados e que o limite estabelecido pela lei orçamentária é de 800 contratações para 2024.
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Edição: Rafaela Ferreira