Em clima de comemoração à diversidade, mas também com discursos de cobranças ao poder público e ressaltando a importância da mobilização, foi realizada neste domingo (28) a 25ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Brasília. A mobilização começou por volta das 15 horas, com os discursos de lideranças em um dos quatro trios elétricos estacionados em frente ao Congresso Nacional. Depois, os carros seguiram pela Esplanada dos Ministérios, com muita música e com destaque para atrações nacionais, como Pepita e Lia Clark.
O evento contou com participação de pessoas das diversas regiões administrativas e do Entorno, como é o caso da estudante Rebeca Santos do Novo Gama. “Eu venho todo ano e a cada ano a Parada [do Orgulho] está maior, mais organizada, mais politizada. Para mim, é muito importante, para celebrar a importância da diversidade e para cobrar mais ações do governo e do Congresso”, resumiu Rebeca.
Para alguns, a 25ª Parada do Orgulho foi a primeira vez acompanhando a manifestação, como no caso do estudante Yuri Mattos Silveira, que estava acompanhado de seu namorado, Matheus Carvalho. “Eu pensei que fosse apenas uma festa, mas estamos ouvindo muitas falas importantes de conscientização. Acho isso super importante”, avaliou Yuri.
Neste ano, o evento teve como como tema “60+ Orgulho. Terceira idade LGBT: visibilidade, inclusão e políticas públicas”. Segundo a organização, essa foi a primeira vez que um evento em prol da diversidade teve esse foco no Brasil. “É uma alegria imensa ver esse povo aqui, depois de décadas de lutas, conquistas”, desabafo o servidor público Enilson Ferreira Bastos, de 61 anos, que foi convidado a falar em um dos trios, sendo apresentado como uma liderança histórica do movimento em Brasília.
Interseccionalidade
Outras diversas lideranças políticas, de movimentos socais e coletivos, falaram durante o ato no início da Parada do Orgulho. Além da pauta envolvendo as pessoas 60+, outro assunto destacado nas falas foi a defesa das pessoas trans. “Nós estamos passando por onde a extrema direita, que está se organizando de forma internacional e o ‘bode expiatório’ dessa gente são as pessoas trans e transvestir. Então, precisamos nos unir e lutar lado a lado com as pessoas trans e travestis”, destacou o deputado distrital Fábio Félix (PSOL).
Já a drag queen Ruth Venceremos, que é suplente de deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), destacou a importância das pessoas trans existirem com direito. “Tem que ter o direito de existir, mas de existir com saúde, educação e trabalho”, destacou Ruth, ressaltando ainda algumas ações que o coletivo Distrito Drag lançará, como a campanha Existir com Direitos. Segundo ela, o intuito é construir parcerias para capacitar pessoas LGBTQIA+, sobretudo pessoas trans, que encontram mais dificuldade de conseguir oportunidades de trabalho.
Para a estudante Maysa Monteiro, uma mulher trans que acompanhava as falas, é muito importante que outros grupos discutam esses assuntos. “Como o Fábio [deputado] mencionou, sabemos que o grande foco da extrema direita somos nós, pessoas trans, porque querem nos impedir de ter acesso até aos banheiros públicos. Então, é crucial que as demais pessoas da comunidade [LGBTQIA+] entendam esses problemas e se posicionem”, destacou Maysa, moradora do Guará.
A Parada do Orgulho contou ainda com diversos atrações, como DJs, disputa de bate cabelo e com a animação de Pepita e Lia Clark. “Estou muito feliz de estar aqui, Brasília. Estava doida pra pisar aqui de novo, para curtimos muito esse dia de hoje e fazer muita bagunça”, disse Pepita no Trio Elétrico na Esplanada.
O evento ainda recebeu a visitar da Irmã Mônica, figura muita conhecida pela defesa das pessoas LGBTQIA+ e no repúdio ao extremismo religiosa. “Eu vim aqui defender a minha LGBT”, disse a Irmã Mônica, repetindo um de seus bordões nas redes sociais, com mais de 170 mil seguidores. Irmã Mônica é uma mulher evangélica, moradora no Entorno do DF, que ficou muito conhecida na defesa da população LGBTQIA+ e do presidente Lula (PT).
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Edição: Rafaela Ferreira