A rede pública de saúde do Distrito Federal sofre com falta de profissionais e sobrecarga daqueles em atuação, o que impacta diretamente na qualidade do serviço prestado. Desde 2018, o Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF) tenta, sem sucesso, negociar com o GDF uma recomposição salarial.
O tema será discutido pela categoria na próxima quarta-feira, dia 14 de agosto, a partir das 19h, em assembleia geral do SindMédico-DF. Além da campanha salarial, a deliberação de um indicativo de greve também estará em pauta.
“A recomposição é necessária para a carreira médica no serviço público voltar a ser atraente. E é um passo indispensável para melhoria das condições de trabalho nas unidades públicas de saúde do DF e melhor oferta de assistência aos usuários do SUS no DF”, afirma o presidente do Sindicato, Gutemberg Fialho.
Interrompidas durante a pandemia da Covid-19, quando reajustes salariais foram proibidos pela Lei Complementar 173/20, as tratativas para o estabelecimento das negociações de revisão do plano de carreira, cargos e salários (PCCS) foram retomadas em 2022, sem resposta do GDF.
Segundo a entidade, o Sindicato também pediu mediação da negociação ao Ministério Público do Trabalho e fez diversos pedidos de audiência com o governador, mas as tratativas não avançaram.
“Sem resposta do governo e com a defasagem salarial crescente, a Secretaria de Estado de Saúde do DF não consegue contratar médicos aprovados em concurso, ao mesmo tempo em que ocorre a evasão de médicos do quadro de servidores, o que provoca sobrecarga de trabalho, adoecimento e queda na qualidade da assistência à saúde da população”, explica o SindMédico-DF.
A entidade aponta que, nos últimos anos, todas as especialidades, exceto a medicina de família e comunidade e a medicina de emergência, sofreram com redução do quadro de profissionais. Segundo dados levantados pelo Sindicato, em abril de 2014, a SES-DF contava com 5.546 médicos. Hoje, esse número é de 4.197, nas unidades de saúde sob administração direta da SES-DF.
A redução também atingiu a folha de pagamento. De acordo com o Sindicato, o percentual de participação dos salários dos médicos na composição da folha caiu de 31% para 25%. “O movimento paredista é a última opção, mas todos os meios possíveis para o estabelecimento de negociações foram ignorados pelo GDF”, afirma Gutemberg.
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::
Edição: Márcia Silva