Trabalhadores e trabalhadoras dos Correios no Distrito Federal decidiram manter o estado de greve durante assembleia para avaliar a situação atual das negociações com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A categoria também marcou uma nova assembleia para o dia 15 de agosto, ocasião onde será avaliada possíveis avanços nas negociações.
A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno (Sintect-DF), Amanda Corcino, explicou que a manutenção do estado da greve se dá, principalmente, porque a empresa apresentou propostas que não são imediatas. Com isso, a ECT pediu mais um prazo para tentar melhorar as medidas.
Durante a reunião, os representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) reafirmaram a necessidade de continuar discutindo essas bandeiras de luta. A orientação foi não votar a proposta, respeitando uma decisão anterior do Comando de prorrogar as negociações até a próxima semana.
O Sintect-DF ressaltou que é fundamental manter a mobilização da categoria, considerada crucial para definir os rumos da Campanha Salarial 2024/2025. "Não vamos retroceder. Vamos lutar até o fim para garantir os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Nenhuma vitória é alcançada sem esforço”, concluiu Amanda Corcino.
Melhores condições de trabalho
Os Correios apresentaram uma nova proposta ao Comando de Negociação, com alguns avanços em relação à proposta anterior. Entre os pontos incluídos estão o vale peru para dezembro, aumento de 20% na portaria dos motorizados, um ticket extra de R$ 50,00 de agosto a dezembro e a prorrogação das negociações para melhorar a proposta. No entanto, reivindicações essenciais, como o aumento linear, 70% de férias e questões relacionadas ao plano de saúde, ainda não foram atendidas.
Outra insatisfação da categoria com a proposta dos Correios e a que prevê reajuste salarial de 6,05% a partir de janeiro, sem retroativos, e aumento de 4,11% nos auxílios, retroativo a agosto.
Ao Brasil de Fato DF, Amanda também destacou a falta de resposta da empresa sobre o plano de saúde, um dos principais pontos de reivindicação dos trabalhadores. "Hoje o curso do nosso plano de saúde é muito alto. Estamos pedindo a a redução desse curso por parte dos trabalhadores e a proposta econômica é que seja a partir de agosto, já a empresa só quer propor a partir de janeiro do ano que vem aí. Esse é o maior impasse", disse.
A presidenta também lembra que um dos eixos da campanha é a realização de novos concurso público, já que o último foi realizado em 2011. "Está há muito tempo sem contratação dentro da empresa. A demanda pelas compras viam crescendo muito e a gente sem conseguir atender com uma com qualidade que a população merece. Então, essa greve também obrigar a empresa a realizar concurso e a gente poder prestar um serviço melhor para a população", explica.
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Edição: Márcia Silva