Distrito Federal

Assistência social

Reinauguração do CRAS na Fercal gera alerta por estrutura precária e falta de equipamentos

Sindicato dos Assistentes Sociais aponta riscos e cobra finalização de obras para garantir atendimento seguro

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Durante a visita à unidade, a diretoria do sindicato constatou que o muro de arrimo, essencial por conta do desnível do terreno, ainda não foi concluído. - Foto: Sindsasc-DF/Divulgação

O Governo do Distrito Federal anunciou a reinauguração do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da região administrativa da Fercal. Entretanto, o Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc), manifestou preocupação com a retomada de atividades no local por conta da estrutura precária no local.

De acordo com o sindicato, a reabertura estaria prevista para a segunda semana de agosto, o que não ocorreu. Em visita à unidade, a diretoria do sindicato verificou que ainda falta concluir o muro de arrimo, uma obra essencial devido ao desnível do terreno. Segundo o sindicato, sem essa estrutura, há risco de comprometimento da estabilidade do imóvel.

"A unidade passou por obras e houve melhoras, mas a equipe entende que ainda não o suficiente para que possa atender a população. Há uma preocupação com o acentuado desnível no terreno. Para não continuar comprometendo a estrutura, é necessário construir um muro de arrimo”, observou o presidente do Sindsasc, Clayton Avelar.

Outra necessidade urgente apontada foi a substituição da tenda que atualmente se encontra em condições precárias. O Sindsasc reconhece as melhorias que a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) vem promovendo em diversas unidades, mas destacou que, em muitos casos, as entregas acontecem antes da conclusão completa das obras, colocando em risco a segurança e a funcionalidade das unidades.

Em resposta ao Brasil de Fato DF, a Secretaria de Desenvolvimento Social informou que a previsão de entrega da manutenção na unidade do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Fercal é para o final de outubro e que o muro de arrimo está previsto na obra.

Além das questões estruturais, o sindicato também ressaltou a necessidade de renovação de equipamentos, como mobiliário e computadores, que se encontram obsoletos. O Sindsasc alertou que outras unidades, como os CRAS do Areal, Recanto das Emas II, Sol Nascente e Riacho Fundo II, também enfrentam condições precárias que demandam intervenção urgente.

Segundo Avelar, a falta de continuidade nos investimentos em aparelhos e profissionais de assistência social gera problemas no serviço prestado à população. “Há uma preferência pela terceirização dos serviços, principalmente nos acolhimentos e serviço de convivência. Isso configura uma visão neoliberal da assistência social, com forte tendência para o assistencialismo. Enquanto algumas unidades estatais estão em condições de insalubridade, a Sedes terminou 2023 com superávit de 43 milhões de reais de superávit, o que é inadmissível”, explica o presidente.

Entre os serviços prejudicados, estão as finalidades do Sistema Únicos de Assistência Social. “A própria implantação do SUAS como política de Estado, que não se restringe à distribuição de benefícios. A atenção integral às famílias, visando a sua própria emancipação, acaba sendo dificultada por uma sobrecarga de atendimento individualizado, geralmente para atender demandas imediatas”.

O baixo investimento também atinge a qualidade do trabalho dos profissionais em assistência. A categoria conquistou uma reestruturação da carreira após um período de greve que durou meses entre o final de 2023 e início de 2024. No entanto, segundo Clayton, “algumas questões ficaram para trás, devido ao rompimento do primeiro acordo, por parte do GDF, sendo inclusive esse um dos motivos geradores da greve. Neste momento, o governo está descumprindo a lei da reestruturação, ao não reposicionar um dos cargos da categoria, o de auxiliares em desenvolvimento e assistência social”.

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Edição: Márcia Silva