Um ato político-cultural em apoio à causa palestina está programado para ocorrer no Teatro dos Bancários do Distrito Federal, nesta quarta-feira (23), às 19h. A mobilização busca reafirmar o repúdio aos ataques israelenses, considerados por diversas entidades humanitárias como um forma de ocupação genocida.

De acordo com o historiador e vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), Sayid Tenório, o ato pretende reunir partidos, organizações, movimentos, ativistas e representantes do corpo diplomático. Além disso, o evento contará com a participação artística do mímico Miquéias Paz e do Duo Accordi, um duo que tem atuado nas atividades de solidariedade internacional em Brasília.

O coordenador do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino - DF, Pedro Baptista, detalha que a participação de Miquéias Paz será uma encenação mímica representando a dor e o extermínio que estão ocorrendo na Faixa de Gaza. 

Ato político cultural em apoio à causa palestina / Imagem: Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino - DF

Contexto histórico e político

Protestos em várias partes do mundo têm ocorrido como demonstração de solidariedade às vítimas do Estado de Israel. No contexto atual, esses protestos à nível global tem como objetivo apoiar a luta do povo palestino por "sua soberania" e "existência enquanto povo", explica Tenório. "E agora também são uma demonstração de que a humanidade se opõe aos crimes e violações de Israel contra o Líbano”, completa.

Baptista considera que “o projeto sionista da 'Grande Israel', que envolve a ocupação do Líbano, da Jordânia e da Síria, visa justamente criar as condições para o extermínio do povo palestino, permitindo aos Estados Unidos o controle total da região". "Ali, Estados Unidos, Israel e Alemanha atuam como uma só força”, afirma.

Ele considera que Israel, sob o pretexto de combater o terrorismo, está executando dirigentes civis iranianos, do Hezbollah e do Hamas. “Como dizem, 'é preciso matar o bebê ainda no ventre para que não se torne um terrorista no futuro'. Assim, a solidariedade mundial e o enfrentamento a esses crimes, impostos pelos Estados Unidos e executados por Israel, são uma necessidade”, explica.

Manifestantes em Brasília com cartazes em protesto à limpeza étnica dos palestinos / Foto: Júlio Camargo/Brasil de Fato - DF

Estima-se que mais de 130 universidades em mais de 300 cidades participaram de protestos e ocupações em solidariedade ao povo palestino, com ações que incluem marchas, vigílias e acampamentos, desde outubro de 2023.

O coordenador do Comitê de Solidariedade avalia que houve normalização da violência e do extermínio e, por isso, essas manifestações diminuíram. “Aqui no Brasil, o quadro é ainda mais grave, pois nunca conseguimos mobilizar partidos de esquerda, movimentos sociais, sindicatos e igrejas em um nível suficiente para demonstrar solidariedade ao povo palestino e exigir o fim da invasão e do genocídio em curso”, atesta.

Essa normatização do extermínio se apresenta, segundo Baptista, por meio da passividade dos órgãos responsáveis pela manutenção da paz. “As Nações Unidas não conseguem dar uma resposta, não têm poder. Netanyahu chegou ao ponto de ordenar a evacuação de prédios da ONU sob a ameaça de bombardeio, e nada acontece”, afirma.

Diante desse quadro, ele considera que é necessário um movimento mundial "para denunciar e interromper esse extermínio e genocídio praticado pelos novos 'nazistas', que são os sionistas, ao matar o povo palestino e atacar a região”.

Serviço:

• Evento: Ato Político-Cultural em Apoio à Resistência Palestina

• Data: 23 de outubro de 2024

• Horário: 19h

• Local: Teatro dos Bancários, Brasília - DF

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Edição: Flávia Quirino