Distrito Federal

Saúde pública

Enfermeiros do DF paralisam atividades nesta quarta (23)

Ato será realizado na sede da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a partir das 9h

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Também será realizado uma assembleia para definir os próximos passos da greve - Foto: Reprodução/SindEnfermeiro-DF

O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) mobiliza a categoria para uma paralisação nesta quarta-feira (23), a partir das 9h. Na ocasião, ainda será realizado um ato no edifício PO 700, na sede da Secretária de Saúde do DF (SES-DF). Uma assembleia para definir os próximos passos da greve também está prevista.

Desde agosto, os enfermeiros e enfermeiras da SES-DF lutam por isonomia salarial. O sindicato informa que, até o momento, o Governo do Distrito Federal (GDF) não apresentou nenhuma proposta. "Precisamos abrir um canal de diálogo definitivo com o governo para negociarmos nossa isonomia salarial", diz o presidente do SindEnferemeiros-DF, Jorge Henrique, nas redes sociais. 

"Os enfermeiros são peças-chave da saúde pública aqui no DF e a gente precisa apresentar uma proposta para fortalecer o Sistema Único de Saúde com a valorização da nossa categoria", completa o representante sindical.

Com isso, a greve é uma forma de buscar mais justiça para a categoria. Ainda segundo o sindicato, entre as carreiras de ensino superior da Secretaria de Saúde do DF, os enfermeiros são os que ganham menos. "Hoje é a categoria que mais produz nos três níveis de atenção", diz o presidente do sindicato. 

:: Lutar não é crime: Isonomia salarial para enfermeiros já! :: 

Os enfermeiros destacaram também os desafios que enfrentam, como o déficit de profissionais, a alta produtividade, e a crescente diferença salarial, que hoje chega a R$ 5 mil, um aumento significativo em relação aos R$ 800 registrados em 2013. 

De acordo com dados do Info Saúde de 2023, um painel da Secretaria de Saúde do governo distrital, a categoria lidera o número de consultas de pré-natal. Nos primeiros seis meses de 2024, também foram recordistas em atendimentos gerais, com 1,8 milhão de atendimentos. Já na Atenção Primária à Saúde (APS) ganharam primeiro lugar no ranking, com mais de 1,2 milhão de atendimentos.

Segundo a entidade, desde 2018, o quantitativo de enfermeiros permaneceu o mesmo, com uma variação de 3.900 a 4 mil profissionais. "Qualitativamente falando, temos produzido mais. Por exemplo, de 2021 para 2024, a gente saiu de 1,2 milhão de atendimento para 1,7 milhão", explica Jorge Henrique.

Além disso, os enfermeiros ampliaram o acesso ao Dispositivo Ultra Interino (DIU) em 38,7% no segundo semestre de 2023 e realizaram mais de 6 mil partos normais no DF no ano passado. "É um número muito grande, porque, hoje, a estrutura dos hospitais é toda voltada para o médico", afirma o presidente do sindicato.

"Estamos dizendo que nós queremos reconhecimento, uma valorização através da reestruturação da nossa carreira. Mas nós estamos apontando que também somos a solução de muitos gargalos existentes na Secretaria de Saúde. Ou seja, nós estamos nos colocando como resolutiva do problema", destaca o sindicalista.

Falta profissionais

Faltam mil enfermeiros nos hospitais públicos no Distrito Federal, aponta também o sindicato. Segundo memorando de 11 de agosto, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) opera com déficit de 2.312 horas semanais da carreira de enfermeiros e de 6.261 horas semanais da carreira de técnicos de enfermagem.

O hospital tem 27 enfermeiros contratados temporariamente que deverão deixar os plantões nos próximos dias. E o problema ameaça outras unidades da rede pública. Conforme a instituição, atualmente, a cobertura de estratégia de Saúde da Família é de apenas 60%.

Além disso, aproximadamente, 5 mil candidatos aprovados no último concurso público para enfermeiro aguardam convocação.

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::

Edição: Márcia Silva