Apesar da previsibilidade do problema, a população do Distrito Federal voltou a sofrer com o impacto das fortes chuvas registradas nos últimos dias. Alagamentos, lama e estragos nas ruas e calçadas dificultam a vida, principalmente de quem mora em áreas vulneráveis. O tema foi levantado durante sessão ordinária na Câmara Legislativa (CLDF) nesta quarta-feira (6).
O deputado distrital Max Maciel (Psol-DF) propôs uma reunião, a ser realizada na próxima segunda-feira (11), com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e as administrações regionais para tratar da questão e buscar soluções. “A população mais vulnerável, precarizada, que sofre no calor, agora sofre na lama”, destacou, citando o exemplo de Sol Nascente.
Em vídeo gravado no Trecho III e publicado na rede social do parlamentar nesta terça-feira (5), é possível ver uma cratera, que se formou na estrada em função da forte enxurrada, engolindo um carro. Segundo Maciel, não é a primeira vez que isso acontece.
“Nós precisamos de uma estratégia com o governo federal, sem dúvida nenhuma, dentro do projeto do novo PAC [Programa de Aceleração de Crescimento], que dê conta do volume [de recursos necessários] para trocar essas novas galerias e pensar em novas estratégias. Mais uma vez, é possível pensar em uma cidade permeável”, defendeu o parlamentar.
O deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP) apoiou a iniciativa e reforçou a importância de todos os parlamentares participarem do encontro com a Novacap. “Cada dia que passa as chuvas são mais fortes, os problemas são maiores e o povo não pode ficar à mercê desses problemas da força da natureza. O Estado é para isso, é para cuidar das pessoas”, afirmou.
Problemas no orçamento
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2025) está em discussão na CLDF. Para o deputado distrital Gabriel Magno (PT-DF) há duas áreas fundamentais que causam preocupação diante do que foi apresentado até então: saúde e educação.
O incremento orçamentário dado ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGES-DF) foi criticado pelo parlamentar. Ex-integrantes da diretoria da entidade estão sendo investigados por suspeita de recebimento de propina para favorecer a empresa Salutar, que fornece alimentação hospitalar.
“O caos que nós estamos vivendo na saúde pública do Distrito Federal obviamente tem a ver com o desastre que é o IGES”, afirmou Magno durante a sessão na CLDF. “Quem fez a opção de transformar o IGES nesse monstro que ele é hoje foi o GDF, que não consegue nem fiscalizar nem cobrar do próprio IGES o mínimo de transparência e de entrega”, enfatizou.
Para as despesas da Educação, o PLOA 2025 fixa o percentual mínimo constitucional para a educação em 25,32% do orçamento, o menor registrado na história do DF.
“O Tribunal de Contas do DF apresentou um relatório essa semana preocupado com a diminuição do investimento em educação, com a infraestrutura das escolas, e o governo ignora e manda para essa casa um projeto de orçamento com mais um corte milionário nas contas da educação do DF”, destacou Magno.
Já o deputado distrital Fábio Felix (Psol-DF) chamou atenção para necessidade de recomposição da verba da política habitacional para enfrentar o déficit de moradia.
“Dados do próprio GDF mostram que passa de 100 mil a necessidade de domicílios no Distrito Federal, de acordo com o número de pessoas inscritas na Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab). No entanto, a proposta orçamentária para o ano que vem traz um corte de 62,5% em relação a este ano. Estão previstos R$ 12 milhões e somente para a região do Sol Nascente. Por isso, peço que seja revisto o orçamento da política habitacional”, afirmou.
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Edição: Flávia Quirino