Após alguns anos de hiato, o Acampamento Nacional do Levante da Juventude volta a acontecer, desta vez na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A 4ª edição, que será realizada entre os dias 14 e 17 de novembro, tem a expectativa de reunir cerca de 5 mil jovens de todas as regiões do país com o intuito de discutir pautas sociais e a participação da juventude nos processos políticos.
Mais de 200 jovens do Distrito Federal e Entorno se inscreveram para participar do encontro. O Levante Popular da Juventude no DF busca apoio para possibilitar o transporte dos interessados.
“Estaremos com milhares de jovens vindos de todos os cantos do país, dos quilombos, das aldeias, das periferias, das universidades, das escolas, dos centros urbanos. E são jovens que estão lutando todo dia pela emancipação, por um projeto popular pro Brasil, onde a nossa juventude não tenha somente que sobreviver e lutar contra todas as estatísticas para se manter vivo”, afirma a militante Sofia Cartaxo.
A última edição do evento aconteceu na capital mineira no ano de 2016, em meio aos desfechos do golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Neste ano, o acampamento promete um festival de cultura, arte e política construído pelas mãos de jovens de todo Brasil.
“Nossa tarefa é conseguir trazer mais jovens para a luta, mostrar que a organização popular é o que realmente tem o poder de construir uma alternativa para essa realidade que a gente vive e de como que a organização da juventude é fundamental para todo esse processo”, aponta Cintia Isla, da coordenação nacional do Levante.
O encontro de 2024 traz como lema “Juventude quer viver: nossa luta é pelo povo no poder”. A juventude é o estrato populacional mais afetado por uma série de violências e desigualdades que reverberam no país.
Os jovens negros são os principais alvos da violência policial e estatal, enquanto as jovens figuram entre as principais vítimas do feminicídio.
“Também são os jovens que são mais submetidos à escala 6x1, ao emprego informal, ao mesmo tempo em que são privados do direito à educação. São os jovens que são cada dia responsabilizados para conseguir ter o mínimo de dignidade, para as suas famílias”, defende Cartaxo.
“A juventude quer viver. E a reivindicação é por uma vida que é muito para além da sobrevivência. A juventude quer ter o direito de ser jovem e desenvolver sua vida nos diferentes aspectos”, completa Isla.
O 4º Acampamento Nacional do Levante acontecerá simultaneamente às atividades dos grupos de engajamento do G20, que também terá encontro sediado no Rio de Janeiro. “Acho que isso vai ser muito importante, porque o mundo todo vai estar olhando para o Rio de Janeiro nesse momento e a juventude brasileira vai estar anunciando que a gente tem um projeto popular”, salienta Cartaxo.
Como ajudar os jovens do DF a chegar ao RJ
Mais de 200 jovens do DF e Entorno se inscreveram para participar do Acampamento Nacional e agora buscam apoio para o transporte. O custo de cada ônibus com 44 lugares é de R$ 20 mil, segundo membros do Levante DF. Para apoiar, doações podem ser feitas para a chave pix [email protected].
“É inegável que o cenário que o DF se encontra é catastrófico. E é a juventude que mais sofre com o neoliberalismo, a militarização e a privatização das nossas estrutura”, aponta Cartaxo. “Por isso, a gente não pode se eximir desse debate”, conclui realçando a importância da participação dos jovens do DF no acampamento.
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Edição: Rafaela Ferreira