Organizações do movimento negro no Distrito Federal realizarão ato pelo fim da violência policial nesta terça-feira (17), às 18h, na Rodoviária do Plano Piloto. A aula pública será seguida pela entrega de uma carta com as reivindicações dos coletivos aos órgãos públicos e parlamentares.
Um dos apelos é a obrigatoriedade do uso de câmeras de identificação pelos policiais militares. O ato acontece em meio a uma escalada da letalidade policial em todo país, que vem à tona por meio de imagens registradas tanto pela população, quanto por câmeras de segurança de estabelecimentos e de residências e câmeras corporais dos agentes.
“É importante levar esse debate para um local que tenha bastante pessoas para que possamos refletir juntos e mostrar que a violência policial não é uma coisa que acontece apenas em grandes periferias de São Paulo e Rio de Janeiro, mas também em Brasília”, destaca Brenna Vilanova, graduanda em Ciências Sociais na Universidade de Brasília (UnB) e militante do Movimento Negro Unificado (MNU).
De janeiro a dezembro deste ano, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Câmara Legislativa do DF (CLDF) recebeu 50 denúncias de violência policial.
:: Comissão de Direitos Humanos da CLDF recebeu mais de 2,3 mil denúncias em 2024 ::
“Os casos de jovens negros assassinados [no DF], na maioria das vezes, são sistematicamente encobertos, seja pela mídia ou pelas instituições policiais”, afirma Vilanova. “Eu julgo isso como uma coisa muito perigosa e violenta, porque é uma violência que não está sendo tratada como deveria ser”, avalia.
O grupo também luta por reparação para as vítimas da violência policial e pela criação de núcleos de apoio. Os manifestantes, que se concentrarão em frente às escadas do metrô, também lutam por reparação para as vítimas da violência policial e pela criação de núcleos de apoio.
“Não estamos falando somente de uma violência pontual. É um projeto de extermínio da juventude negra, da população negra e de toda a população periférica. É um processo de eugenismo”, defende a militante do MNU.
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Edição: Flávia Quirino