Distrito Federal

Direito ao futuro

Brasília recebe 2ª 'Marsha' Nacional pela Visibilidade Trans no dia 26 de janeiro

'Vida, direitos e futuro para a população trans' é tema da edição; programação também conta com seminários no Congresso

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Concentração para a 2ª "Marsha' Trans começará às 13h, em frente ao Congresso - Foto: Vanessa Tutti

Brasília será palco da 2ª Marsha Nacional pela Visibilidade Trans, no dia 26 de janeiro. Com concentração em frente ao Congresso Nacional, a partir das 13h, pessoas trans de todo o país vão marchar em defesa do tema deste ano: “Vida, direitos e futuro para a população trans”. A cantora e atriz Linn da Quebrada é uma das atrações artísticas confirmadas para o ato. 

Para Kaleb Giulia Salgado, coordenador do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat) no DF, o tema deste ano traz uma nova virada do movimento trans. "A gente não quer mais só lutar por visibilidade, queremos o direito ao futuro, à dignidade, à vida", diz Kaleb.

"Não queremos mais apenas ser vistos. Enquanto bodes expiatórios e pânico moral da extrema direita, já somos bastante vistos. Agora, a questão é lutar para continuar existindo e evidenciar nossa excelência como movimentadores da cena cultural, além de nossa contribuição para a luta pelos direitos humanos de forma geral", destaca.

Organizada pela Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra) e pelo Ibrat, a Marsha faz parte de uma programação em celebração à visibilidade trans em Brasília, que também conta com seminários no Congresso e outras atividades políticas.  

A 'Marsha' recebe essa grafia em homenagem à ativista Marsha P. Johnson, ativista trans negra, artista e profissional do sexo, que foi uma das figuras mais proeminentes do movimento pelos direitos LGBTQIA+ nas décadas de 1960 e 1970, em Nova York.

Reivindicações 

Entre as pautas do movimento, está a defesa das infâncias e juventudes trans: “por um futuro vivível”. O grupo exige pleno acesso aos cuidados em saúde para crianças trans e a inclusão de medidas específicas para a proteção dessa população no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Buscamos uma transição social segura, comprometidos com a proteção integral de crianças e jovens trans”, destacam as organizações.

A mobilização também defende a quebra de estigmas e a garantia de um envelhecimento saudável, seguro e digno para pessoas trans. “É crucial superar as baixas expectativas impostas à população trans, sobretudo aquela atingida pelo cruzamento entre o racismo e a transfobia”, afirmam. 

Além disso, o grupo clama por justiça, memória e reparação para as pessoas trans que sobreviveram às ações policiais e perseguição durante a ditadura militar no país. 

Há 15 anos, o Brasil lidera o ranking mundial de assassinato de pessoas trans. Por isso, o fim dos transfeminicídios é uma das reivindicações da 2ª Marsha. “Chega de genocídio trans e prostituição compulsória! Queremos direitos isonômicos”, cobra o grupo. 

O direito à saúde transespecífica no Sistema Único de Saúde (SUS) também é uma das pautas da mobilização nacional pela visibilidade trans. O movimento exige a ampliação de ambulatórios especializados, cirurgias de afirmação de gênero e o fim de práticas discriminatórias.

O novo dossiê da Antra, com dados inéditos sobre a população trans no Brasil, será lançado no dia 27 de janeiro, às 18h, na Câmara dos Deputados. No mesmo dia, haverá um seminário sobre transmasculinidades negras, às 10h. Pela tarde, às 14h, ocorre o seminário “Representação e Representatividade Transpolítica”.

Ainda na segunda-feira (27), haverá uma atividade no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) em homenagem ao Dia Nacional da Visibilidade Trans. 

Confira a programação completa:

25 de janeiro (sábado) 

Reunião da Organização da MarshaTransBR + Café com Aliades + Seminário sobre Direitos Trans

26 de janeiro (domingo)

13h | Concentração em frente ao Congresso Nacional na Marsha Pela Visibilidade Trans

Palco com shows e apresentações artísticas 

27 de janeiro (segunda-feira)

10h-12h | Seminário Transmasculinidades Negras

14h | Seminário “Representação e Representatividade Transpolítica” na Câmara dos Deputados

17h | Atividade pelo Dia nacional da Visibilidade Trans no MDHC com a Secretaria Nacional LGBTQIA+ e Conselho Nacional LGBTQIA+

18h | Lançamento Dossiê ANTRA 

20h | Encerramento 

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Edição: Rafaela Ferreira