O Distrito Federal já registrou 211 casos suspeitos de dengue na semana 01 de 2025, isto é, 29 de dezembro de 2024 a 04 de janeiro, segundo boletim epidemiológico da Secretária de Saúde (SES-DF). Dos casos, 206 são prováveis, dos quais 95,1% são de residentes no DF.
A dengue apresenta um comportamento sazonal na capital federal, ocorrendo, principalmente, entre os meses de outubro a maio. Segundo o boletim, houve uma redução de 97,6% no número de casos prováveis de dengue em residentes no DF se comparado ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 8.228 casos prováveis da doença.
A incidência de casos prováveis de dengue foi de 6,1 casos por 100 mil habitantes para ambos os sexos. O grupo etário com maior incidência de casos prováveis de dengue, em residentes no Distrito Federal, está na faixa etária de 20 a 29 anos, com 10,0 casos por 100 mil habitantes, seguido pelos grupos etários menor que 1 ano, com 9,4 casos por 100 mil habitantes, e 15 a 19 anos e 80 anos e mais, ambos com incidência de 7,5 casos por 100 mil habitantes.
Das sete Regiões de Saúde do DF – Central, Centro-Sul, Leste, Norte, Oeste, Sudoeste e Sul –, a Oeste apresentou o maior número de casos prováveis (47). Logo depois, vem a região Leste (36 casos), região Sudoeste (31 casos), região Sul (14 casos), região Central (13 casos), região Norte (6 casos) e região Centro-Sul (6 casos).
Com relação à situação epidemiológica da dengue nas RA’s, a RA de Ceilândia apresentou o maior número de casos prováveis (27), seguida das RA Samambaia (18 casos prováveis), Sol Nascente/ Por do Sol (15 casos prováveis), Paranoá (14 casos prováveis) e Itapoã (11 casos prováveis). Estas cinco regiões administrativas concentraram 43,36% dos casos prováveis de dengue do DF.
Casos em 2024
No ano de 2024, até a semana epidemiológica 24 – de 31 de dezembro de 2023 a 15 de julho de 2024 –, foram registrados 274.595 casos prováveis e 409 óbitos confirmados, sendo o ano com maior número de casos de dengue na história do Distrito Federal. Os residentes em outras UF atendidos no Distrito Federal entre os anos 2007 e 2023 representam em média 10% dos atendimentos totais, sendo que em 2024, até a semana epidemiológica 23, esses casos representam 2,2% do total de casos prováveis registrados.
A maior incidência de casos ocorreu na população de 20 a 24 anos, porém o pico de casos graves ou com sinais de alarme ocorreu na população de 5 a 14 anos e naqueles acima de 70 anos
Com relação aos óbitos observam-se as maiores incidências na população abaixo de 1 ano e na população idosa, com aumento progressivo em relação à idade. Destaca-se uma elevada prevalência de comorbidades nas diferentes faixas etárias, como, por exemplo, comorbidades hematológicas, particularmente doença falciforme, na população de 1 a 19 anos (36,3%), doenças autoimunes na população de 20 a 49 anos (13,9%) e diabete na população de 40 anos ou mais (38,1%).
Plano de contingência
A SES-DF elaborou, para 2025, um plano de contingência com objetivo de maximizar ações integradas para enfrentar arboviroses, reduzindo tempo de resposta e riscos epidêmicos. No documento, as estratégias traçadas foram organizadas em cinco estágios operacionais, refletindo o cenário epidemiológico e as questões relacionadas à pressão assistencial.
O primeiro estágio, denominado período inter-epidêmico e identificado pela cor verde, corresponde a um momento de relativa normalidade, com baixos níveis de casos e ausência de pressão assistencial. Nesse cenário, as ações são voltadas à preparação, como a revisão de protocolos, capacitação de profissionais e diagnóstico dos serviços de saúde.
O estágio seguinte, mobilização, caracterizado pela cor amarela, é acionado diante de evidências de que as arboviroses podem representar riscos à saúde pública. Nessa fase, intensificam-se investigações, monitoramento e ações preventivas, preparando o sistema de saúde para uma possível ampliação da demanda.
No estágio de alerta, representado pela cor laranja, os indícios de agravamento epidemiológico levam à implementação de medidas preventivas e de preparação mais intensas, mesmo sem uma pressão assistencial significativa. Essa fase inclui treinamentos, sensibilização da população e ações estratégicas para evitar o agravamento da situação.
Já no estágio de emergência, identificado pela cor vermelha, a sobrecarga assistencial se torna evidente, mas ainda gerenciável com reorganização interna dos serviços, como a suspensão de procedimentos eletivos e o redirecionamento de profissionais.
O estágio mais crítico, chamado crise, é caracterizado pela cor roxa e envolve uma ruptura total no sistema de saúde, com interrupção de serviços essenciais, perdas humanas e impactos econômicos significativos. Nessa situação, são mobilizados recursos excepcionais para salvar vidas e restabelecer a normalidade.
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Edição: Rafaela Ferreira